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Certificados, roupa para outra estação e uma dúvida chamada TAP
14/07/2020 07:00

Bom dia,

O confinamento alterou as prioridades e fez com que negócios, outrora previsíveis, sofressem um embate colossal. Nesta categoria pode incluir-se a indústria do vestuário. Os saldos foram insuficientes para escoas a produção e muitas marcas preferiram atirar a coleção de 2020 para a primavera/verão do próximo ano.

O jornalista António Larguesa faz o retrato desta indústria que está longe de sentir sinais de retoma. "Sem trabalho, as empresas vão sair do lay-off para quê" questiona César Araújo, presidente da Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção (ANIVEC).

O ministro das Finanças, João Leão, disse que a TAP não vai passar a contar para o défice orçamental de agora em diante. Todavia, os organismos de estatísticas, Eurostat e INE, travam a natureza perentória da afirmação do governante e avisam que a decisão está longe de ter sido tomada. A resposta estará nos detalhes da injeção de capital.

Isabel dos Santos tem dado sinais de que pretende dialogar mas o Estado angolano mantém uma posição que torna difícil um final feliz no conflito entre as partes. Isto porque a Procuradoria-Geral da República de Angola só aceita conversar se a empresária confessar os atos ilícitos que cometeu. A miragem das negociações em análise no Radar África desta terça-feira.

A KPMG Portugal garante que o Banco de Portugal (BdP) nunca questionou a validade da garantia do governo angolano associada à carteira de créditos do BES Angola (BESA). Além disso, afirma a auditora, estes créditos nunca foram considerados por si incobráveis - ao contrário do que afirma o regulador - pois estavam suportados por esta "rede de segurança" que acabou por cair no dia seguinte à resolução do Banco Espírito Santo (BES), no verão de 2014. Esta é a posição da entidade liderada por Sikander Sattar na impugnação que deu entrada no Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão, e que foi consultada pelo Negócios.

Em 2017, o Estado lançou os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento (CTPC), ano em que suspendeu a subscrição dos Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM). Em ambos os produtos de dívida havia, a partir de determinada altura, aos juros acrescia um prémio em função do crescimento médio real do Produto Interno Bruto (PIB). A crise desencadeada pela pandemia de covid-19 vai provocar uma recessão que pode afetar os investidores neste tipo de produto. 

Para já fique a saber que os aforradores com certificados do Tesouro ainda têm nos meses de julho, agosto e setembro garantido o prémio que acresce à taxa de juro fixa pelo crescimento real do PIB. Contudo, daí para a frente não há ainda garantia que consigam recebê-lo. Só saberão em agosto.

A IGF quer apertar acesso de contribuintes de IRS à contabilidade organizada. Uma auditoria à forma como o Fisco acompanha estes contribuintes revelou muitas falhas e indícios de subfaturação e fuga aos impostos. Organismo recomenda que o regime deixe de ser optativo.

As orientações que a Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgou no sábado para os trabalhadores e empresas da construção civil, setor onde tem havido um aumento de casos de covid-19, "estão em linha com as principais orientações dos organismos nacionais e internacionais" e o seu "cumprimento reduz, de forma muito significativa, os riscos de contágio", garante Manuel Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN). Em seu entender, no entanto, mais do representarem um aumento dos custos das empresas, as medidas terão impactos na produtividade do setor.