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Nuestros hermanos aceleram, os chips que travam e a mais influente
13/05/2021 07:01

Bom dia,

Vemos os países da União Europeia a cruzarem a tormenta da pandemia e nuestros hermanos espanhóis a deixarem Portugal para trás na retoma económica. No próximo ano, quando todos os parceiros da EU já tiverem recuperado da crise provocada pela covid-19, Portugal vai ser o segundo país mais atrasado no crescimento. Segundo as previsões de Bruxelas, Portugal deixa-se ultrapassar pela Espanha e fica apenas, por uma curta distância, à frente de Itália.

Na indústria, também há sinais negativos que poderão ameaçar a retoma. As fábricas portuguesas travam a produção com falta de chips. Depois da Autoeuropa, também a PSA Mangualde e a Bosch de Braga já interromperam as linhas fabris devido à escassez de componentes. Mas o impacto não fica por aqui. Dos eletrodomésticos ao material elétrico e à informática há outros setores a antecipar encomendas e a pagar "preços exorbitantes" para evitar a paralisação.

De crise em crise, olhamos também para o plano especial do Governo para salvar empresas que só teve ainda quatro adesões. A medida apresentada pelo Executivo para salvar empresas que estavam saudáveis antes da pandemia e praticamente não foi usada. Os especialistas pedem a prorrogação do prazo, que termina a 31 de dezembro, e o PSD avança com propostas de alteração para flexibilizar e proteger alguns credores.

E no Parlamento o Novo Banco voltou a incendiar o debate político. A dias de nova transferência de verbas para injeção de capitais na instituição, o primeiro-ministro reiterou no hemiciclo que não há qualquer norma no Orçamento do Estado que impeça o Fundo de Resolução de cumprir os seus contratos. António Costa abre assim nova guerra com Bloco de Esquerda e PSD.

Nos mercados, há mudanças entre o posicionamento das cotadas portuguesas. A Jerónimo Martins tornou-se na cotada mais influente. O mesmo é dizer que o seu peso no índice nacional é o que mais condiciona o desempenho da praça portuguesa. A retalhista passa assim a EDP, que tem perdido valor desde o início deste ano.

Há outra novidade entre as cotadas: a Corticeira Amorim decidiu apresentar um novo modelo societário, passando de um modelo de governação latino para o anglo-saxónico. O conselho de administração passa assim a integrar uma comissão de auditoria que incluirá Lopes Seabra, o antigo líder da Continental Mabor.

E como quarta-feira é dia de Lex, nesta edição contamos-lhes como a inteligência artificial pode ajudar a melhorar a Justiça, numa conversa com Mariana França Gouveia, diretora da Faculdade de Direito da Universidade Nova.

Tenha uma ótima continuação de semana e boas leituras.