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"Fintech" Nickel investe 10 milhôes para atingir 450 mil clientes até 2027 em Portugal
08/04/2023 10:34

A empresa de pagamentos Nickel, que permite abrir contas de pagamento em tabacarias e quiosques, tem previsto investir 10 milhões de euros até 2027 e quer atingir 450 mil clientes.

Detida pelo grupo francês BNP Paribas, a Nickel começou a operar em Portugal em 2022 com um investimento de 10 milhões de euros para os primeiros cinco anos, disse à Lusa o responsável da Nickel em Portugal.

Em entrevista, o responsável da Nickel em Portugal, João Guerra, afirmou que, de momento, a empresa tem quase 400 pontos de venda, sobretudo quiosques e tabacarias, onde se pode abrir uma conta bancária de forma simples. Também é possível abrir conta 'online'.

"Em apenas alguns minutos abre-se uma conta, fica-se com IBAN [número de identificação bancário] português, com um cartão Mastercard, válido no mundo inteiro. A pessoa sai dali bancarizada, pode fazer transferências, débitos diretos, domiciliar ordenado", disse João Guerra, considerando que "acessibilidade, preço e proximidade" é o que diferencia os serviços da empresa que dirige.

Quanto ao número de clientes que a Nickel já tem em Portugal, João Guerra não quis dar dados concretos justificando que ainda é muito volátil, referindo apenas que são milhares. Em França, onde começou, a Nickel tem hoje mais de três milhões de clientes.

A Nickel também não divulga o valor do investimento em Portugal nem as perspetivas de receitas.

João Guerra afirmou que, nesta primeira fase da operação, o foco é sobretudo angariar pontos de venda para, posteriormente, passar a angariar mais clientes.

Até 2027, a empresa quer atingir 450 mil clientes e ter 2.500 pontos de venda.

João Guerra disse que, em comparação com as agências de grandes bancos, a Nickel já tem uma maior rede comercial, ainda que admitindo que é muito diferente um ponto de venda e um balcão de um banco.

"Com a devida ressalva nas comparações, quanto ao que é um agente Nickel e o balcão de um banco, hoje mesmo os bancos grandes têm 300, 400, 500 balcões. A capilaridade é muito importante para chegarmos às populações", afirmou.

Sobre os agentes Nickel, disse que para poderem exercer essa atividade de agentes de instituição de pagamento têm uma autorização dada pelo Banco de França.

Quanto ao apoio aos clientes, a Nickel tem em Portugal 26 trabalhadores, grande parte é de suporte para responder a problemas que clientes tenham, afirmou o responsável.

A equipa em Portugal é ainda apoiada pelas equipas que estão em França. No total, a Nickel tem 780 trabalhadores.

A Nickel não disponibiliza conta de serviços mínimos bancários (por lei, os bancos têm de ter uma conta com vários serviços bancários essenciais pelo valor máximo de cinco euros por ano), porque pela lei não tem de o fazer, disse João Guerra.

Contudo, o responsável considera que "disponibiliza praticamente os mesmos serviços" com um preçário simples e uma conta base com anuidade 20 euros.

Questionado sobre o modelo de negócio, João Guerra afirmou que "parte significativa do negócio é muito de escala e menos de margem". Além disso, afirmou, a Nickel tem custos de estrutura muito menores que um banco tradicional.

Quantos aos clientes atuais, disse que a Nickel atrai de todo o tipo, mas destacando os jovens e estrangeiros que chegam a Portugal. "O 'driver preço' é um aspeto muito importante", vincou João Guerra.

Sobre a proteção do dinheiro dos clientes, disse João Guerra que está coberto pelo Fundo de Garantia de Depósitos de França (igual ao português, como em toda a União Europeia, até 100 mil euros) e que, além disso, o BNP Paribas tem uma conta de garantia ('escrow account') onde é depositado o total do valor que os clientes da Nickel tenham, o que considerou uma "dupla garantia".

Quanto à supervisão comportamental, esta pertence ao Banco de Portugal. Assim, será o Banco de Portugal a receber as eventuais queixas de clientes bancários e a proceder a análise e eventuais sanções.

João Guerra admitiu que, no futuro, a Nickel poderá disponibilizar outros produtos, como crédito ao consumo, mas ainda não está previsto acontecer.

No mercado português têm vindo a aparecer cada vez mais 'fintech' (empresas tecnológicas de serviços financeiros). Os bancos tidos como 'tradicionais' têm sido críticos destas empresas, considerando que os reguladores não lhes impõem as mesmas exigências e que isso é uma desvantagem competitiva, que faz com que percam negócio para atividades com menor regulação.

Já as 'finctech' consideram, por seu lado, que há obstáculos no mercado português que não deviam existir, nomeadamente o grande domínio do mercado de pagamentos pela SIBS (empresa de pagamento portuguesa cujos acionistas são os principais bancos que operam em Portugal).

João Guerra disse que, "neste setor, Portugal poderia estar a atrair muito mais 'fintech' e 'neobanks', mas qualquer 'player' que entre no mercado está limitado em muitas coisas" devido nomeadamente ao domínio da SIBS, por exemplo, nos pagamentos com referência multibanco.

"É um setor ainda fechado e muito concentrado", afirmou o responsável da Nickel.

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