Mais pobreza, mas menos inflação: o retrato da Madeira que vai às urnas este domingo
23-09-2023 17:00
Um quarto dos madeirenses vive em risco de pobreza, isto é, com menos de 551 euros mensais, mas a inflação manteve-se abaixo dos valores nacionais. A um dia das eleições na Região Autónoma da Madeira, a Pordata apresenta um balanço da realidade económica, demográfica e política do arquipélago.
Antes dos dados políticos, olhemos para a economia da região. Os dados da Pordata revelam que a Madeira não ficou isenta à subida generalizada dos preços, mas ainda assim registou uma taxa de inflação inferior à nacional. Em 2022, os preços subiram 6,9% em terras madeirenses, enquanto Portugal foi até aos 7,8%.
Na habitação, água, eletricidade e gás, a diferença entre a subida dos preços na região autónoma e o valor nacional é ainda maior, com os madeirenses a ficarem por uma subida dos preços de 4,6%, menos 8,2 pontos percentuais do que a inflação nacional nestes bens (12,8%). Na direção inversa, os preços nos restaurantes e hotéis da região subiram 15,1%, um valor superior aos 11,7% registados a nível nacional.
Bons números, mas mais pobreza
Os últimos dados, referentes a 2021, indicam que a região é a quarta com maior PIB per capita do país, mas ao mesmo tempo tem uma produção de riqueza por habitante inferior em 5,6% à média nacional.
Apesar dos bons números do PIB per capita, a riqueza não chega a todos e um quarto dos residentes vive em risco de pobreza e, a par dos Açores, a Madeira foi a região que mais viu subir a taxa de pobreza entre 2020 e 2021. Significa isto que um em cada quatro madeirenses vive com menos de 551 euros por mês. Um registo em contraciclo com a redução em dois pontos percentuais da taxa de pobreza nacional.
Na Madeira havia, em 2022, 9.200 pessoas desempregadas - o que representa uma taxa de desemprego de 7%, valores acima dos 6% da taxa de desemprego nacional. Ainda assim, ressalva a Pordata, foi a taxa de desemprego mais baixa desde 2011.
6.500 residentes recebem o rendimento social de inserção (RSI), o equivalente a 2,9% da população, e a região tem também o maior número de casas sobrelotadas do país. 23,3% (mais do dobro da média nacional) têm um número de divisões insuficientes em relação à constituição dos agregados familiares que nelas residem.
Uma história política pintada de laranja
Nas eleições deste 24 de setembro a maior curiosidade prende-se com os resultados do PSD (coligado com o CDS-PP). O partido lidera a Assembleia Regional da Madeira desde a sua fundação em 1976 e só por uma vez, nas últimas eleições (2019), não conseguiu vencer com maioria absoluta. Miguel Albuquerque, o atual presidente do Governo Regional, está incumbido de devolver aos sociais-democratas a liderança maioritária à qual o partido se habituou durante mais de 40 anos.
Para impedir uma maioria social-democrata, o PS apresentou o líder madeirense do partido Sérgio Gonçalves, que já tinha integrado a lista do socialista Paulo Cafôfo nas eleições de 2019 onde os socialistas obtiveram o seu melhor resultado de sempre.
Em 2019, o PSD obteve 40,3% dos votos e o PS ficou pelos 36,6%, uma diferença de 5.241 votos entre os dois partidos. Este ano as diferenças poderão ser maiores, como indica a mais recente sondagem da RTP - que aponta para uma vitória com maioria absoluta da coligação PSD com o CDS e os socialistas a ficarem pelos 23%.
Neste relatório sobre a região autónoma, a Pordata destaca o elevado número da abstenção em 2019, que foi de 44,5% (só em 2015 foi superior, com 50,3%). Números bastante mais elevados do que aqueles que a região registava durante os primeiros anos de democracia, onde as eleições chegaram a registar, em 1980, uma abstenção de 19,1%.
Na última ida às urnas, o PS apenas venceu nos concelhos de Porto Santo, Machico, Funchal e Santa Cruz. O PSD conseguiu os seus melhores resultados na Calheta (58%), São Vicente (57,1%) e na Ponta do Sol (51%).
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