Concurso das redes de baixa tensão não será em 2025, garante Ribeiro da Silva
04/11/2024 17:48
"Geringonça". Esta é a palavra que Nuno Ribeiro da Silva, ex-secretário de Estado da Energia, antigo presidente da Endesa e atual responsável pela Comissão de Coordenação para a Baixa Tensão, escolheu para classificar o processo que está em curso para definir o futuro do modelo de concessão para a operação de redes de distribuição de eletricidade em Portugal. "O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita", disse num painel dedicado às redes elétricas na conferência da APREN.
Daqui a cerca de um mês e meio, a 15 de dezembro, a comissão criada pelo Governo em julho terá de apresentar o seu relatório final, e Ribeiro da Silva garante que o prazo será cumprido. O documento deverá apresentar uma nova proposta de calendarização e de linhas orientadoras para os concursos da rede de baixa tensão, que, em teoria, deveriam ser lançados até junho de 2025.
Neste momento, os contratos (a 20 anos, atribuídos à E-Redes, do grupo EDP) da quase totalidade das 278 concessões de baixa tensão já terminaram, sendo que os restantes expiram entre 2026 e 2027.
O Governo diz que quer cumprir prazos, mas Ribeiro da Silva assegura que isso será praticamente impossível. "Em 2025, ano de eleições autárquicas? É a própria Associação Nacional de Municípios Portugueses que reconhece que é uma má altura. As eleições em outubro do próximo ano desfocam os municípios, os donos da concessão, do tema da baixa tensão", disse Ribeiro da Silva aos jornalistas, à margem da conferência da APREN.
Questionado sobre se o concurso da baixa tensão acabará por ficar adiado para 2026, ou depois, o coordenador respondeu: "Acho que sim".
"Não é por acaso que se anda a fazer rolar a bola há tanto tempo. É um tema muito difícil de coordenar, com todos os 'stakeholders' qur estão envolvidos, a começar pelos 278 municípios que são quem detém a soberania sobre o processo das redes de baixa tensão. A coordenação deste dossier no plano técnico, económico e político - para se obter um desenho que seja o melhor para o país - é extremamente difícil, seguindo os termos do caminho que temos vindo a trilhar. E a adiar cada vez mais, por consciência que se trata de uma geringonça", disse.
Por causa disso, será necessária uma "ponderação mais profunda", que vá além de repensar datas. "Este mês não deu jeito, depois vêm as eleições autárquicas, não é boa altura, e por aí fora", diz, mas avisa que o tema que ocupa a comissão que coordena é "crítico para a modernização do país e para a transição energética".
Ribeiro da Silva falou ainda de um contexto no setor energético que se assemelha a um "tremor de terra", com desequilíbrio entre a oferta e a procura: de um lado volatilidade de preços, custo alto do capital e cadeias de abastecimento imprevisíveis; e do outro consumidores preocupados, sem certezas no que diz respeito a tarifas e a tecnologias para apostar". "Não sou otimistas que estas questões desapareçam. É necessário um enorme investimento e upgrade nas redes em Portugal e uma enorme pressão para que redes respondam. Vivemos uma revolução", defendeu.
Do lado da REN, que opera a rede de transporte de eletricidade no país, João Conceição, administrador da empresa, falou também de um "funil" e de "escassez": "Há muita procura e a oferta não se ajustou", disse, sublinhando também a falta de mão de obra para todas as obras que são necessárias ao nível das redes.
O responsável da REN defende a criação e promoção de "go to areas" (como Sines, por exemplo), em que as redes têm de ser claramente reforçadas. "Os promotores dizem que redes não não suficientes, mas a ERSE por seu lado diz que é mais do que suficiente", disse Conceição, referindo-se aos planos de investimento da empresa, que acabam sempre por serem travados pela ERSE.
Sobre o traçado das linhas, diz que "os processos não podem estar sempre a ser reabertos, senão não se concretizam".
Do lado das redes de distribuição de eletricidade, o CEO da E-Redes, José Ferrari Careto, alertou que os futuros concursos para a baixa tensão "não podem criar ineficiências artificiais", já que a rede é "operada em conjunto", entre baixa, média e alta tensão. "Se houver separação na operação, estou certo que o sistema será menos eficiente e haverá mais custos para o sistema", avisou, dizendo também que os investimentos em redes "têm de ser feitos paulatinamente" e não em modo "pára, arranca".
Da contestação ao hooliganismo
03/12/2024 17:35
Lisboa segue ganhos europeus; CTT disparam mais de 4%
03/12/2024 16:45
Dados da SIBS apontam para gastos médios dos consumidores de 49 euros na Black Friday
03/12/2024 16:29
Barnier: Moção de censura ao governo "tornará tudo mais difícil"
03/12/2024 16:19
Galp fora da corrida ao lítio: "A obrigação do Governo é procurar outros promotores", diz Pedro Reis
03/12/2024 16:12
Lei marcial na Coreia do Sul atira won para níveis de 2013 face ao euro
03/12/2024 16:05
BCE pode já estar a atuar "na sombra" para controlar contágio da dívida francesa, diz Jorge Bravo
03/12/2024 15:54
SpaceX pode tornar-se a maior startup do mundo e ser avaliada em 350 mil milhões
03/12/2024 15:45
Malo Clinic contrata Cristina Palma para liderar formação de profissionais de 30 países
03/12/2024 15:15
Presidente sul-coreano declara lei marcial e aponta o dedo à oposição
03/12/2024 14:19
Glovo em Espanha passa a contratar estafetas para garantir paz social
03/12/2024 13:54
Joe Biden diz que o futuro do mundo está em Africa e Angola
03/12/2024 13:46
OPEP+ estará a preparar-se por adiar mais três meses aumento de oferta
03/12/2024 13:29
Carlsberg anuncia acordo para vender ativos na Rússia
03/12/2024 13:03
Biden cumpre promessa e encontra-se com João Lourenço em Luanda
03/12/2024 12:48
Savannah poderá garantir empréstimo até 260 milhões da Alemanha para mina de lítio
03/12/2024 12:36
Vendas da Tesla na China caem em novembro. BYD alcança novo recorde
03/12/2024 12:27
Marca própria pesa 45,2% nas vendas do retalho alimentar, o valor mais elevado em 13 anos
03/12/2024 12:09
Gigante dinamarquesa Bestseller vai investir quatro milhões Only em Portugal
03/12/2024 11:58
Moções de censura contra Governo francês votadas já esta quarta-feira
03/12/2024 11:34