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A garantia pública, os apoios ao ISP e o brilho do ouro
05/02/2025 07:01

Bom dia,

Um mês depois de chegar ao terreno, a garantia pública de apoio aos jovens na compra de casa com recurso a empréstimo bancário já motivou mais de seis mil pedidos de crédito, mostrando uma aceleração da procura: o número mais do que duplicou nas últimas duas semanas. Dados fornecidos ao Negócios por alguns dos maiores bancos nacionais apontam para um total de 6.100 solicitações de empréstimos para compra de habitação própria e permanente. Os potenciais mutuários têm idades até aos 35 anos e através da medida conseguem financiamento de 100% do valor da casa – valor que seria impossível à luz das regras bancárias.

As medidas que reduzem o imposto a pagar pelos combustíveis, introduzidas em 2022 para atenuar os preços depois da invasão russa da Ucrânia, ainda custaram mais de mil milhões de euros em 2024. O Governo já começou a reverter parte desses descontos sobre o ISP, depois de a Comissão Europeia ter recomendado nesse sentido. Segundo a síntese de execução orçamental publicada recentemente pela Direção-Geral de Orçamento (DGO), os descontos no imposto sobre combustíveis (ISP) para mitigar o impacto da guerra na Ucrânia sobre os preços custaram 1.040 milhões de euros em 2024, dos quais 756,1 milhões pelo mecanismo que reflete uma taxa intermédia de IVA. 

Ainda de acordo com execução orçamental do final do ano, a despesa efetiva consolidada da defesa subiu 34,6% em 2024 face ao ano anterior, apresentando dos maiores aumentos entre os programas orçamentais. Numa altura em que se discute, no seio da União Europeia e da NATO, um reforço da despesa com defesa perante as ameaças da Rússia, isso parece ter acontecido no ano passado, pelo menos em contabilidade pública (a ótica de caixa). A despesa efetiva consolidada da defesa subiu 34,6% em 2024, atingindo 3.123,3 milhões de euros, mais 802,4 milhões de euros do que no ano anterior.

Até meados de 2025, a histórica mina de cobre, chumbo e zinco de Neves-Corvo, situada em pleno Alentejo, vai mudar de mãos para os suecos da centenária Boliden, fundada em 1924. Foi no início de dezembro que a multinacional sueco-canadiana Lundin Mining (dona da mina desde 2006) anunciou a venda da Somincor, que detém a concessão da exploração mineira de Neves-Corvo, por 1,47 mil milhões de euros, um valor que inclui também a mina sueca de Zinkgruvan no mesmo negócio. Em entrevista ao Negócios, Mikael Staffas, presidente e CEO da Boliden, garantiu agora que os novos donos de Neves-Corvo contam assumir a gestão e operação daquela que é a maior mina de zinco e sexta maior de cobre na Europa num prazo máximo de seis meses - ou seja, até meados deste ano - assim que tiverem todas as autorizações de Lisboa e Bruxelas. E quer que a operação seja mais produtiva.

Têm sido horas frenéticas na Casa Branca, com ordens executivas do Presidente Donald Trump em catadupa que depois acabam por ser suspensas como aconteceu com as tarifas ao México e Canadá. As da China avançaram, mas Pequim foi rápido na resposta e não se ficou pelas taxas aduaneiras.

À boleia da guerra comercial que está instalada, há outros ganhos que brilham. Os preços do ouro têm estado a atingir máximos históricos sucessivos nas últimas sessões. O último recorde tinha sido estabelecido a 31 de outubro de 2024, nos 1.790,15 dólares por onça, mas entretanto, no passado dia 30 de janeiro alcançou um novo máximo de sempre, nos 2.798,24 dólares, e desde então não tem parado de subir. A contribuir para este movimento está a incerteza trazida pelas tarifas alfandegárias adicionais que o novo Presidente dos EUA, Donald Trump, tem estado a anunciar sobre uma variedade de produtos importados dos seus principais parceiros comerciais. Agora, as tarifas de 10% sobre produtos chineses, que entraram em vigor nesta terça-feira, deram ainda mais vigor ao estatuto de valor-refúgio do ouro.

Boas leituras (em papel, no site ou por via do Whatsapp do Negócios). De segunda a sexta-feira, pode ainda acompanhar o programa televisivo do Negócios no NOW, disponível na posição 9.