Bica escaldada, as novas linhas com que se cose o PRR e o seu Weekend
07/02/2025 00:01
Bom dia,
Sexta-feira é o dia do seu Negócios reforçado como o habitual suplemento Weekend. Este não foge à regra e, como tal, o menu é reforçado com leituras mais demoradas que poderá deixar para o fim de semana.
Mas comecemos com uma notícia menos boa. Se gosta de uma boa "bica" prepare-se para um novo aumento de preços. A realidade é esta. Os preços do café não param de subir. Depois de dois anos consecutivos em alta, o arranque de 2025 mostra que a tendência é para prosseguir, com ambas as variedades – arábica e robusta – a negociarem em máximos históricos. Este "rally" dos preços ameaça aumentar ainda mais os custos para os torrefatores e consumidores de café e não se prevê que o panorama alivie em breve, dada a preocupação de que a oferta continue apertada – e a incerteza em torno das várias disputas comerciais dos EUA tem vindo a crescer, já que a imposição de novas tarifas alfandegárias poderá perturbar ainda mais a oferta, numa altura em que o consumo cresce.
A retirada de investimentos do PRR vai pressionar o Orçamento do Estado, por via direta ou dos empréstimos extra que possam ser contraídos. Mas nem todos os projetos perdem com esta troca de financiamento. Sair do PRR é "uma sorte" para a dessalinizadora do Algarve (e não só).
O metro da margem sul "continua a registar níveis de passageiros inferiores em mais de 50% ao previsto contratualmente", conclui a Inspeção-Geral de Finanças numa auditoria, em que defende que o Governo deve tornar o contrato mais adequado à defesa do interesse público.
José Manuel Fernandes, o ministro da Agricultura e Pescas, quer uma "fortíssima redução do défice agroalimentar". E traça como objetivo alcançar, no caso das frutas, legumes e flores, um superávite até 2030, alinhando-se com a expectativa dos produtores. "O nosso objetivo é que haja uma fortíssima redução do défice agroalimentar até 2030 e em áreas como a das frutas e legumes que em 2030 haja não um défice, mas um superávite. E porquê 2030? Porque há investimentos, por exemplo, na água, que serão concretizados e que, nessa altura, estarão realizados", afirmou José Manuel Fernandes, referindo-se ao plano "Água que Une", que será apresentado, "em breve", pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.
O Banco Central Europeu (BCE) admite que os salários na Zona Euro cheguem ao final do ano a crescer menos do que os preços, sinalizando que as famílias voltem às perdas de poder de compra ainda em 2025. Segundo o "wage tracker" do BCE divulgado esta semana, o principal indicador da autoridade monetária sobre o crescimento futuro dos salários continuou a sinalizar um abrandamento acentuado ao longo deste ano. O BCE estima que os salários cresçam 1,5% no quarto trimestre deste ano, depois do aumento de 5,3% esperado para o mesmo período de 2024.
E agora o seu Weekend
Para começar uma entrevista a Luísa Costa Gomes. A escritora acredita que a História é sempre nova. "Há sempre uma nova conjugação e uma nova conjuntura. Há sempre desvios em sentidos imprevisíveis". Não encontra paralelo com o governo Trump e não consegue imaginar como vai ser o mundo. Distópico, já é, diz. Num dos contos do livro "Visitar Amigos", a protagonista questiona: "Mas ele acredita na profilaxia pela História? Pensa que não voltarão a fazê-lo?" O amigo historiador responde: "Sim, talvez, mas não da mesma maneira. Voltarão a fazê-lo, estes, outros, sacrificando outros, ou mais destes". O livro revisita ideias e palavras dos tempos revolucionários e é também uma "modesta" homenagem ao 25 de Abril. Nessa altura, Luísa Costa Gomes dava aulas de filosofia.
Eles são os donos do mundo. Os magnatas dos setores estratégicos da economia, como a alta finança ou o petróleo, sempre tiveram poder de influência sobre os governantes. Mas nunca um único setor teve tanto poder como as grandes tecnológicas têm hoje. Elon Musk, dono da Tesla e da rede social X, tem agora assento na administração Trump, onde vai tomar decisões políticas que afetam milhões de pessoas. No livro "Mais poderosos do que os Estados", a jornalista Christine Kerdellant alerta para o facto de seis multimilionários – Elon Musk, Jeff Bezos, Mark Zuckerberg, Bill Gates, Sergey Brin e Larry Page –, cujos produtos tecnológicos são utilizados em todo o mundo, deterem um poder sistémico e, em certos domínios, estarem a substituir ou a opor-se aos Estados, sem que ninguém os consiga travar. Não foram eleitos, não prestam contas a ninguém e decidem o que é bom para os cidadãos. Por isso, avisa a autora, são uma ameaça à democracia.
Boas leituras (em papel, no site ou por via do Whatsapp do Negócios). De segunda a sexta-feira, pode ainda acompanhar o programa televisivo do Negócios no NOW, disponível na posição 9.
E um ótimo fim de semana.
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