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As tarifas (outra vez), a falência da Tapperware e um fundo abutre
12/02/2025 07:01

Bom dia,

Já começa a ser recorrente, mas a torrente de medidas de política económica e comercial do novo Presidente dos Estados Unidos não permite fugir ao tema. A decisão de impor tarifas adicionais de 25% sobre as importações de aço e alumínio de todos os países "sem exclusão", incluindo os tradicionais aliados, obriga a olhar de novo para as taxas alfandegárias que Washington anunciou na segunda-feira ao final do dia.

Para a indústria nacional, o impacto direto parece ser diminuto – de "apenas" 200 milhões – mas os empresários temem um efeito dominó. Também a União Europeia – terceiro fornecedor destes metais aos EUA – está a preparar-se para uma guerra comercial que parece, para já, de grande incerteza nos objetivos. O tom de Bruxelas, nesta fase, é de aguardar e tentar soluções negociadas. Estas tarifas entram em vigor no dia 12 de março.

Dos EUA, ainda a falência da Tapperware. Os gerentes da unidade portuguesa ainda foram a Nova Iorque, a 14 de janeiro, tentar convencer os novos donos do grupo a salvar a fábrica de Constância. Parada e sem liquidez, apresentou-se à insolvência, estimando em cinco milhões de euros o valor das indemnizações devidas aos 192 trabalhadores.

A proposta apresentada pelo consórcio Lusolav, liderado pela Mota-Engil, para o segundo troço da linha de alta velocidade Lisboa-Porto, que fará a ligação entre Oiã e Soure, foi excluída pelo júri no relatório preliminar, sabe o Negócios. Apesar de a proposta do agrupamento que integra ainda a Teixeira Duarte, Casais, Alves Ribeiro, Conduril e Gabriel Couto ter sido inicialmente considerada válida por encaixar no preço-base definido, de 1,6 mil milhões de euros, o júri entende que a proposta deve ser excluída por não cumprir o caderno de encargos.

Depois do Ministério das Finanças, agora é o Ministério do Trabalho. Ao Negócios, o gabinete de Rosário Palma Ramalho responde que vai apresentar dentro de "um a dois meses" uma reforma que abrange as direções-gerais e equiparadas, deixando para uma fase "posterior" as entidades da administração direta, como os institutos públicos. A questão foi colocada depois de a ministra ter admitido, no Parlamento, uma reestruturação dos serviços que implique a queda das comissões de serviços dos dirigentes. Em resposta, fonte oficial esclarece que, tal como noutros ministérios, há várias fases.

A entrada do fundo ativista Elliott Management na BP aumentou o sentido de urgência das alterações na estratégia da petrolífera britânica. No historial do "hedge fund" norte-americano estão empresas portuguesas como o BES, a PT e a EDP. O fundo, liderado por Paul Elliott Singer, de 80 anos, é especializado em comprar dívida de países ou empresas em dificuldades para depois vender com lucro ou exigir em tribunal a totalidade do que lhe é devido (em casos de falência ou reestruturação). É esta estratégia que justifica a denominação de "fundo abutre".

Boas leituras (em papel, no site ou por via do Whatsapp do Negócios). De segunda a sexta-feira, pode ainda acompanhar o programa televisivo do Negócios no NOW, disponível na posição 9.

Boa quarta-feira.