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Há dividendos recorde à solta. Como apanhar os melhores?
09/03/2025 14:00

Nunca tantos dividendos tinham chegado aos acionistas como em 2024 e este ano deverá trazer novos recordes. A expectativa é da gestora Janus Henderson, que aponta em especial, em termos regionais, para os Estados Unidos e, no que diz respeito aos setores, para as tecnológicas e financeiras. Mas se a estratégia é apanhar os melhores dividendos, a remuneração total não deve ser o único fator a ter em conta.

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A Janus Henderson vê os dividendos globais a atingirem um novo recorde, de 1,83 biliões de dólares em 2025.

Os dividendos globais cresceram para um valor recorde de 1,75 biliões de dólares em 2024, um aumento de 6,6% numa base subjacente. "O crescimento global de 5,2% refletiu a redução dos dividendos especiais não recorrentes e a valorização do dólar americano", indica o relatório da Janus Henderson, que estima um novo aumento de 5% para 1,83 biliões.

Em 49 países incluídos no índice da gestora, 17 registaram um recorde de dividendos em 2024, incluindo não só os Estados Unidos e o Japão, como também o Canadá, França e China. As grandes empresas que efetuaram os seus primeiros pagamentos de dividendos tiveram um impacto expressivo. O maior veio da Meta e da Alphabet nos EUA, e da Alibaba na China, que em conjunto distribuíram 15,1 mil milhões de dólares e representaram 1,3 pontos percentuais, ou um quinto, do crescimento global dos dividendos em 2024.

Pelo segundo ano consecutivo, a Microsoft foi de longe a maior pagadora de dividendos do mundo, mas a Exxon, recentemente alargada após a aquisição da Pioneer Resources, subiu para o segundo lugar, uma posição que ocupou pela última vez em 2016. Isso significa que um investidor deve ir a correr comprar ações das empresas que pagam mais? Não necessariamente.

"Ser seletivo é crítico quando se trata de comprar ações que pagam dividendos ou ir atrás de ‘yields’", alerta Dan Lefkovitz, estratega da Morningstar Indexes. "Procurar as áreas do mercado mais ricas em ‘yields’ é, em última análise, insustentável. É preciso encontrar durabilidade e fiabilidade futura", sublinha. A Morninstar tem um índice dedicado a dividendos que analisa um conjunto de fatores e que é atualmente liderado pela Exxon. A segunda e terceira posições são ocupadas, respetivamente, pela Merck e PepsiCo.

A par de procurar informação e índices especializados, há dois indicadores específicos que são incontornáveis na análise a um dividendo: o rácio de "payout" é a percentagem dos lucros que é distribuída na forma de dividendos, enquanto a "dividend yield" avalia a atratividade do preço face ao preço da ação (calculado através da divisão do preço do dividendo pelo valor por ação).

O "payout" é a fatia de lucros que vai para acionistas e a "yield" mede o rendimento face ao preço da ação.

"Há uma razão - nem sempre uma boa razão - para uma empresa oferecer ‘payouts’ muito acima dos pares ou do mercado. Antes de saltar para uma grande ‘yield’, tente determinar porque é que é tão elevada", recomenda Steven P. Greiner, diretor-geral da Schwab Equity Ratings.

E exemplifica: uma "yield" elevada pode refletir um preço da ação em queda e indiciar um corte de dividendo no horizonte. Por outro lado, um "payout" acima de 100% significa que a empresa dá aos acionistas mais do que lucro e é preciso perceber a razão já que tentar evitar um corte de dividendo para reter os acionistas não é uma estratégia duradoura a prazo. Além destes dois indicadores, Steven P. Greiner aconselha os investidores a olharem para o balanço - elevados níveis de endividamento representam concorrência no uso do capital - e para a regularidade do crescimento do dividendo.

"Dito isto, nenhum veículo de investimento é perfeito. As ações de dividendos estão sujeitas às mesmas vicissitudes que todas as outras ações. E, ao contrário das obrigações - cujos pagamentos de cupão são quase garantidos, exceto em caso de incumprimento - os pagamentos de dividendos podem ser cortados ou eliminados sem aviso prévio", lembra o diretor-geral da Schwab Equity Ratings.


Tecnologia e banca remuneram mais

| Meta e Alphabet puxam pelos pagamentos nos EUA
O crescimento dos dividendos na América do Norte (de 7,6%) ultrapassou o do resto do mundo (5,1%) em 2024. O aumento de 6,9% do Canadá é visto pela Janus Henderson como um "êxito mundial", impulsionado pela energia e banca, mas ficou atrás do seu país vizinho. As empresas norte-americanas do top 1.200 mundial distribuíram 651,6 mil milhões de dólares, mais 50 mil milhões do que em 2023. Esta subida, por si só, foi mais do que o total distribuído por todas as empresas suíças do índice da gestora e quase tanto quanto as alemãs. A Meta e a Alphabet contribuíram com um quarto do crescimento dos EUA em 2024.

| Setor financeiro responsável por metade do crescimento
Do ponto de vista setorial, quase metade do crescimento dos dividendos de 2024 veio do setor financeiro, em particular dos bancos, cujos dividendos aumentaram 12,5% numa base subjacente. Os dividendos dos media duplicaram, porque a Meta e a Alphabet fazem parte deste grupo. No entanto, o crescimento foi generalizado: telecomunicações, construção, seguros, bens de consumo duradouros e lazer foram alguns dos setores que registaram aumentos de dois dígitos. Os setores mais fracos foram o mineiro e os transportes, que pagaram menos 26 mil milhões de dólares em relação ao ano anterior.




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