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Trump aumenta a pressão sobre autoridades independentes nos EUA
20/03/2025 20:49
Depois de ter lançado uma guerra comercial que está a levar os banqueiros centrais globais a adotarem posturas mais cautelosas, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está a também a tentar reforçar a sua influência sobre a Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos e a Comissão Federal do Comércio (FTC) - duas entidades independentes da Administração.
"A Fed estaria MUITO melhor se CORTASSE AS TAXAS à medida que as tarifas dos EUA começam a fazer uma transição (facilitadora!) para a economia", escreveu Trump numa publicação na sua rede social Truth Social. "Faça a coisa certa. 2 de abril é o Dia da Libertação na América!!!". A publicação do Presidente norte-americano na noite de quarta-feira aconteceu numa altura em que a sua Administração se prepara para revelar uma nova onda de tarifas, que o presidente da Fed, Jerome Powell, sinalizou que estava a penalizar as suas previsões.
Os decisores da Fed mantiveram os juros diretores estáveis, pela segunda reunião consecutiva, como esperado pelo mercado. Powell desvalorizou as preocupações latentes sobre uma desaceleração económica, mas reconheceu que a incerteza das tarifas era um fator e já estava a contribuir para a inflação dos bens.
Trump volta assim a pronunciar-se sobre a política monetária da Fed, numa estratégia que já tinha usado no seu primeiro mandato. Apesar das críticas que tem feito, o Presidente já garantiu que não irá afastar Powell do cargo. A Fed não é, contudo, a única entidade independente que sentiu nos últimos dias a influência do magnata.
A demissão de dois comissários democratas da Comissão Federal de Comércio - Rebecca Kelly Slaughter e Alvaro Bedoya - pelo Presidente darão à Casa Branca de Trump uma maior influência sobre casos pendentes que envolvem a Meta, a Amazon e a X de Elon Musk. Slaughter e Bedoya alegam que as suas demissões foram ilegais e planeiam contestar judicialmente.
Segundo a Bloomberg, a Administração terá assim um veículo para contestar uma decisão do Supremo Tribunal de 1935 num caso conhecido como Humphrey’s Executor vs. Estados Unidos, que diz respeito à demissão, pelo Presidente democrata Franklin D. Roosevelt, de um membro da FTC que tinha sido nomeado por um republicano, e que acabaria por estabelecer que os comissários das agências independentes só podem ser afastados por negligência de dever ou má conduta. Vai também permitir a Donald Trump testar os limites do poder presidencial.
De forma mais imediata, as demissões de Slaughter e Bedoya dão aos dois restantes comissários republicanos da FTC, o presidente Andrew Ferguson e Melissa Holyoak, maior controlo sobre as regras implementadas contra a sua oposição durante a Administração Biden, bem como sobre dezenas de casos pendentes.
Casa Branca vai ter maior influência sobre casos pendentes que envolvem a Meta, a Amazon e a X de Elon Musk.
