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BCP e Galp destronam EDP no campeonato dos lucros
21/03/2025 07:00

Numa época de resultados sem grandes surpresas face ao que já era esperado pelo mercado, como descreveram os analistas ouvidos pelo Negócios, a Galp (seguida do BCP) destronou a EDP como a cotada com a maior dimensão em termos de lucros. "Já era esperado que os resultados da EDP não fossem tão bons, muito à custa da EDP Renováveis, que teve um ano muito mau" e foi a única com prejuízos, diz ao Negócios Carlos Pinto, gestor sénior de investimentos da Optimize Investment Partners. Salienta, aliás, que "se retirássemos as contas da Renováveis da casa-mãe a prestação tinha sido muito positiva".

As 14 cotadas do PSI que já apresentaram contas (a Ibersol ainda não o fez) lucraram 4.225 milhões de euros em 2024, um valor que fica 27,5% abaixo dos 5.387 milhões registado em 2023 e do consenso dos analistas. O mercado esperava que as empresas voltassem a aumentar o resultado líquido, mas a EDP, que ficou 500 milhões de euros abaixo das perspetivas, penalizou o total.

A elétrica assinalou uma descida dos lucros em 16% para 801 milhões de euros, pressionada pelas contas negativas da sua subsidiária para as energias verdes que terminou o ano com prejuízos de 556 milhões. A culpa provém, em parte, dos Estados Unidos. Apesar das imparidades da EDP no eólico "offshore" nos EUA, a maior advém do fim do projeto na Colômbia que, sozinho, gerou imparidades em torno dos 590 milhões, contribuindo fortemente para o total de 777 milhões. "Estes maus resultados foram acima de tudo um resultado da diminuição dos preços da eletricidade na Europa, aumento dos preços de produção" e restantes imparidades, resume Virgílio Garcia, CEO da Sixty Degrees.

Também "a falta de ‘guidance’ desapontou", acrescenta o gestor da Optimize, que espera mais novidades relativamente à atividade da empresa no final do ano. "Na parte da alocação de capital era esperado que pudessem investir no negócio ‘core’, mas acabaram por alocar em ações próprias". Igualmente, "um aumento da rotação de ativos também não foi visível no ‘guidance’", acrescenta.

Se retirássemos as contas da EDP Renováveis da casa-mãe a prestação tinha sido muito positiva.Carlos Pinto
Gestor sénior de investimentos da Optimize

O ano também não correu de feição para a Galp, mas mesmo assim o potencial de descobertas petrolíferas na Namíbia e as mais-valias da venda de uma participação desse mesmo projeto podem ser catalisadores positivos para os títulos, escrevem os analistas do CaixaBI numa nota. "O ‘guidance’ mais conservador e a pressão dos preços do petróleo" são fatores que poderão ter desapontado o mercado, salienta Carlos Pinto. O "head of trading" do Banco Carregosa João Queiroz acrescenta a pressão das "energias renováveis em Espanha" e um "possível ajustamento dos preços do crude e do gás ao atual ciclo económico". Sadnan Ali do HSBC realça ainda que o "outlook" aponta para uma produção petrolífera que "ficou muito abaixo das expectativas" de 115 mil barris antecipados pelo mercado.

Da mesma forma, o tom definido pela Jerónimo Martins na "call" com analistas foi de "moderar o entusiasmo dos investidores" antes das contas do primeiro trimestre de 2025, mas é "difícil dizer se se tratou de um simples exercício de gestão de expectativas ou de algo mais profundo", escreve Frederick Wild, analista da Jefferies. Rita Machado Belo do CaixaBI acrescenta que, apesar da descida dos lucros do ano passado em mais de 20% para 599 milhões, o aumento do volume de vendas "através de uma estratégia de investimentos em preço" mostrou-se "resiliente".

Do lado oposto do setor do retalho o CEO da Sixty Degrees aplaude a Sonae e realça o crescimento das receitas e das vendas comparáveis ("like-for-like") de 5%, que ficaram acima do consenso de mercado, "superando as vendas comparáveis do Pingo Doce e mostrando que a sua proposta de valor continua atrativa".

Nos foi a estrela da época de resultados do PSI.

Já o BCP e a Nos mereceram os elogios de Carlos Pinto da Optimize. O banco terminou o ano com lucros recorde de 906 milhões de euros, "uma margem financeira ligeiramente acima do esperado" e com as comissões a darem um impulso positivo. Além disso, João Queiroz antecipa "maior capacidade de crescimento na Polónia e um aumento contínuo das comissões", enquanto a "rentabilidade previsível para os acionistas" nos próximos quatro anos é outro dos fatores positivos, destaca David Grinsztajn da AlphaValue.

A empresa de telecomunicações, por seu turno, parece cumprir todos os requisitos, uma vez que "superou as expectativas dos analistas, refletindo a sua forte posição no mercado", classifica Virgílio Garcia. A explicação, refere Pedro Lobo Antunes do CaixaBI, advém da "venda de torres à Cellnex e decisões favoráveis de processos judiciais, que acabaram por contribuir para o resultado mais significativo do que o antecipado" e um aumento do dividendo.

Para a Mota-Engil, se 2024 já foi "positivo", como descreve João Queiroz, 2025 tem muito potencial, "particularmente se o dólar perder terreno, as divisas das economias emergentes tenderão a recuperar". Foram justamente esses mercados, de África e da América do Sul, que deram o maior impulso às receitas e respetivo lucro recorde de 123 milhões da construtora, ao contrário do que aconteceu no segmento de engenharia e construção na Europa.

No setor da pasta e papel, os resultados da Navigator ficaram abaixo das "expectativas do mercado", com os custos operacionais a sobreporem-se às vendas, detalha o CEO da Sixty Degrees. Ainda assim, sem surpresas, uma vez que já era esperado que empresa usasse "mais endividamento", acrescenta João Queiroz. A Altri, que está mais dependente do preço da pasta de papel nos mercados internacionais – que evoluiu positivamente – surpreendeu e bateu ligeiramente as expectativas do mercado.

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