Portugal tem atletas de 103 países. Futebol com 58% de estrangeiros, Madalena 0
21/03/2025 15:00
Nos principais campeonatos nacionais de futebol, andebol, futsal, voleibol e basquetebol competem, atualmente, atletas profissionais de 103 nacionalidades, com o contingente internacional a representar 43% do total.
Entre os estrangeiros, o Brasil é o mais representado, com 186 atletas, seguindo-se Estados Unidos e Espanha.
Futsal e andebol são as modalidades com mais atletas portugueses (72%), enquanto no futebol são apenas 42%.
Nos treinadores, a prevalência de estrangeiros é muito menor, estando sempre abaixo dos 20% nas cinco modalidades.
Estas são algumas conclusões do "Estudo sobre nacionalidade dos atletas nas primeiros divisões das cinco principais modalidades coletivas em Portugal", da consultora Ei! Assessoria Migratória, a que o Negócios teve acesso.
Para Gilda Pereira, CEO da Ei!, "Portugal tem todas as condições para receber cada vez mais jogadores e treinadores de diversas modalidades. A presença de intervenientes internacionais não só enriquece tecnicamente o desporto, trazendo novas experiências, estilos e estratégias, como também fortalece a troca cultural, promovendo assim um ambiente mais dinâmico e globalizado", defende.
"Investir na diversidade dentro do desporto é elevar o seu nível competitivo. No entanto, os desafios burocráticos e legais podem ser um obstáculo para a sua concretização. Neste ponto, o nosso país tem apresentado várias soluções legislativas face às necessidades desportivas nacionais", realça Gilda Pereira.
Relativamente às nacionalidades analisadas, que foram recolhidas para este estudo até 5 de fevereiro, "de forma a considerar as típicas movimentações de atletas durante o mês de janeiro, o Brasil é a mais representada no desporto nacional, "muito devido à facilidade de adaptação ao nosso país e como pode servir de ‘porta de entrada’ para outras Ligas europeias", conclui a CEO da mesma consultora.
Há 96 brasileiros na I Liga de futebol, outros tantos na de andebol
Com o maior número de equipas e de atletas por plantel, a I Liga de futebol tem um total de 557 atletas, sendo a modalidade que tem mais nacionalidades presentes – 68, contabilizando 232 portugueses, 96 brasileiros, 34 espanhóis e 12 angolanos, enquanto França e Uruguai, com 11 atletas, fecham o top das mais representativas.
O Estoril Praia e o AVS destacam-se com 22 jogadores estrangeiros, enquanto o Boavista é o clube com a menor representatividade de estrangeiros (8).
O andebol é a segunda modalidade com mais atletas registados, um total de 235 atletas.
A prevalência de estrangeiros é muito menor na principal divisão da modalidade em Portugal, com apenas 28% dos atletas vindo de fora de Portugal.
Oriundos de 22 países diferentes, o top 5 das nacionalidades mais representadas no andebol é composto por Portugal (169 atletas), Brasil (13), Espanha (9), Cuba (9) e Cabo Verde (8).
"Nesta modalidade, destaque ainda para Cuba. Entre as 12 equipas da primeira liga, apenas quatro não têm um atleta daquele país do Caribe. É a modalidade em que estão mais representadas, sendo que para além do andebol apenas há mais dois atletas cubanos no voleibol", realça o estudo da Ei! Assessoria Migratória.
FC Porto e Benfica são os clubes com mais jogadores estrangeiros (11 cada), enquanto o Águas Santas tem apenas um.
Futsal com 72,2% portugueses, voleibol com 68% e basquetebol com apenas 52%
O escalão principal do futsal nacional tem um total de 223 atletas, mas com a menor diversidade de nacionalidades, apenas 11, sendo também, das cinco modalidades alvo do estudo, a que tem menor peso de atletas estrangeiros (27,8%), dos quais o Brasil é o mais representativo (49 atletas), seguindo-se Argentina, Angola, Cabo Verde, Itália e Rússia com dois atletas cada.
Entre as 12 equipas da primeira liga, encontramos também 100% de treinadores lusófonos, com 11 portugueses e um brasileiro.
O Sporting é o clube com mais jogadores estrangeiros (7), enquanto o Dínamo Sanjoanense, com apenas um não português, é o clube com menor representatividade estrangeira.
Já o voleibol tem um total de 198 atletas na primeira liga, dos quais 68% são portugueses. Entre os estrangeiros, destaque para a América do Sul, que representa quase 20% do total, na sua grande maioria brasileiros (27 atletas), seguindo a tendência de grande parte das modalidades. A seguinte nacionalidade com maior representação é a Argentina, com meia dúzia de atletas, Estados Unidos com cinco e França com três.
O Sporting e o Fonte do Bastardo são os clubes com mais jogadores estrangeiros – 14 e 9, respetivamente.
No gaiense Clube Atlântico da Madalena só jogam portugueses.
Das cinco modalidades, o basquetebol é a modalidade com menor número de jogadores profissionais na primeira liga – 187, dos quais apenas 52% são portugueses, e onde não há um só treinador estrangeiro.
Dos atletas estrangeiros, destaque natural para os da América do Norte (32%), entre os quais
contam-se 58 norte-americanos e um canadiano.
Destaque também para a presença de sete angolanos. Depois do futebol (12 atletas), o basquetebol é a modalidade em que esta nacionalidade está mais representada.
Letónia, Grécia, Cabo Verde e Nigéria surgem com cinco atletas cada.
O Benfica é o clube com mais jogadores estrangeiros (9), com a UD Oliveirense a surgir como o clube com menor representatividade estrangeira (cinco atletas).
"Grande alteração no fundamento da concessão de autorização de residência aos atletas"
"Os processos migratórios dos jogadores profissionais ao longo dos anos foram sofrendo alterações, contudo sempre existiram mecanismos de resposta para os constrangimentos temporais inerentes aos períodos de transferência de atletas", observa a CEO da EI! Assessoria Migratória, lembrando que, "antes do ano de 2024, os atletas profissionais tinham de apresentar um processo de manifestação de interesse com a apresentação de contrato de trabalho ou prestação de serviços desportivos, de acordo com o art.º 88, n.º 1 e 89, n.º 2 da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho".
"Inclusive, a Liga Portugal já tinha um acordo com o antigo SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), que permitia o rápido processamento do procedimento, ao passo que as restantes modalidades não possuíam tal benefício", sublinha.
Entretanto, "em 2024, deu-se a revogação do regime das manifestações de interesse, deixando de haver uma solução clara e viável para a celeridade da legalização dos atletas", tendo em julho do ano passado sido "celebrado um protocolo entre a AIMA – Agência para a Integração Migrações e Asilo, a Unidade de Cooperação de Estrangeiros e Fronteiras e as Federações de Andebol, Basquetebol, Patinagem, Futebol e Voleibol", com a Liga Portugal (futebol profissional) a ser também abrangida.
"O protocolo visa a agilização de procedimentos para a concessão de autorização de residência, mediante uma interação direta entre a respetiva federação com a AIMA, a Unidade de Cooperação de Estrangeiros e Fronteiras. Tem como fundamento a relevância económica, social, e ainda o interesse público", aponta Gilda Pereira, rematando que "o critério da relevância económica, social e ainda o interesse público justificou a utilização do recurso ao procedimento previsto no art.º 123 da Lei n.º 27/2007, de 4 de julho".
A CEO desta agência privada de migração constata "uma grande alteração no fundamento" da concessão de autorização de residência aos atletas.
"Antes bastava a apresentação do processo de manifestação de interesse com fundamento no trabalho desportivo. Atualmente, mantêm-se esse mesmo requisito e adicionalmente apresenta-se uma declaração emitida pela respetiva Federação que sustenta o tal critério do exercício da atividade por razões de interesse público decorrentes do exercício da atividade relevante no domínio desportivo. Quanto aos restantes requisitos, mantém-se praticamente iguais e claramente que a utilização do art.º 123 da Lei n.º 27/2007, de 4 de julho foi a previsível e última solução para os atletas", remata Gilda Pereira.
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