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BCP. Polónia vê queda do risco legal do crédito em francos suíços
21/03/2025 17:06

Há anos que os créditos em francos suíços concedidos na Polónia são um problema para o sistema financeiro daquele país – incluindo para o Bank Millennium, detido pelo português BCP, que sofre o impacto por tabela. No entanto, apesar de continuar a constituir uma nuvem negra sobre as instituições financeiras que lá atuam, o risco legal colocado por esses empréstimos está em queda, constatam as autoridades polacas.

"O risco legal do crédito à habitação em moeda estrangeira continua a ser a primeira ameaça à estabilidade do sistema financeiro, mas a sua intensidade está a diminuir devido ao elevados níveis de reservas criados pelos bancos e pelo fim de processos [na justiça]", escreve em comunicado o comité para a estabilidade financeira, constituído pelo banco central, ministério das Finanças, fundo de garantia dos depósitos e autoridade de supervisão (que naquele país é uma entidade distinta do banco central).

O Bank Millennium regista, há anos, provisões devido a empréstimos em francos suíços concedidos pela instituição em 2008. A valorização da moeda helvética no mercado cambial provocou dificuldades aos titulares desses créditos, e em 2019 o Tribunal de Justiça Europeu determinou que os clientes têm o direito de pedir a conversão dos empréstimos para a moeda local, o que obrigou a instituição polaca detida pelo banco português a constituir reservas para lidar com esses custos.

Esses resultados tiveram, ao longo de alguns anos, reflexo negativo nas contas do BCP, mas esse movimento foi sendo invertido.

Em 2024 o Bank Millennium lucrou 167,1 milhões de euros, "evidenciando um crescimento significativo de 31,7% face aos 126,8 milhões de euros apurados no ano anterior", enfatizou o BCP na apresentação dos resultados de 2024.

O desempenho da subsidiária polaca foi influenciado "pela redução das provisões adicionais constituídas para fazer face ao risco de litigância implícito na carteira de créditos hipotecários em moeda estrangeira", acrescentou o banco português que no ano passado registou um lucro recorde de 906 milhões de euros.

Antes, a subsidiária fez saber que os resultados de 2024 "mantiveram-se condicionados pelos encargos relacionados com a carteira de créditos hipotecários denominados em francos suíços", que totalizaram mais de 500 milhões de euros.