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Dez questões para "filtrar" se um "finfluencer" é de confiança
22/03/2025 18:00

Promessas de rendimentos extraordinários à distância de um clique e métodos de investimentos alternativos, como a aposta em criptomoedas. O que não faltam são conselhos nas redes sociais ou outros canais digitais para obter dinheiro fácil, debitados por jovens influenciadores muitas das vezes sem habilitações para o fazer. O fenómeno é tão grande que já ganhou nome ("finfluencers") e mereceu avisos da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Agora, e no âmbito da semana da formação financeira, também a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) deixa altertas.

Para separar o trigo do joio, os psicólogos criaram uma "check-list" com dez perguntas que têm como objetivo identificar quando (e se) pode confiar num "finfluencer". A lista questiona problemáticas como a formação ou certificação na área financeira da pessoa em questão ou até se o visado não declara se está a ser pago para promover um determinado produto financeiro.

Quanto mais pontos da lista forem identificados, menos fiável será a o "finfluencer". "As redes sociais tornaram-se uma fonte comum de informação financeira, mas nem todas as recomendações são credíveis ou ajustadas às nossas necessidades. É importante estarmos atentos aos sinais de alerta e refletirmos antes de seguir conselhos financeiros, especialmente de 'influencers' sem formação adequada", lê-se na introdução do documento.

Manter o pensamento crítico é a máxima da ordem na altura de confiar em conselhos financeiros encontrados nas redes sociais. A OPP sublinha que a "forma como gerimos as nossas finanças pode ter um impacto direto na nossa saúde psicológica e bem-estar" e que vários destes "finfluencers" exploram as inseguranças e impulsos das pessoas para as conseguirem manipular.

Estes alertas da Ordem dos Psicólogos seguem-se a vários avisos deixados pela CMVM. O supervisor dos mercados financeiros já alertou, por diversas vezes, para a falta de qualificações necessárias para partilhar informação sobre produtos e serviços de investimento, podendo estas pessoas "igualmente estar mal informados, levando os seus seguidores/subscritores a tomar decisões financeiras erradas ou desadequadas", com eventuais perdas financeiras, como se lê no guia do investidor publicado pela entidade em outubro.

A autoridade liderada por Luís Laginha de Sousa relembra ainda que os "finfluencers" não podem fazer publicidade nem prospeção de clientes em nome de corretoras ou outros intermediários financeiros, uma vez que estas atividades estão "exclusivamente reservadas" às instituições financeiras ou a agentes vinculados que tenham contrato com um único intermediário, que representam.