Novo Banco pode trazer investidores ao BCP. Analistas já chegaram
25/03/2025 07:00
Desde que foi tornada pública a primeira avaliação do Novo Banco, a 26 de janeiro, que o colocava em sexto lugar entre as 15 cotadas do principal índice da bolsa de Lisboa, já três casas de investimento internacionais começaram a acompanhar as ações do BCP.
"A entrada em bolsa do Novo Banco pode ter um impacto positivo no BCP, principalmente se chegar ao mercado com um prémio", avalia João Queiroz, "head of trading" do Banco Carregosa, em declarações ao Negócios. Também Carlos Pinto, gestor sénior da Optimize Investment Partners, corrobora e salienta que a oferta pública inicial (IPO) do Novo Banco "pode atrair muitos investidores e várias empresas internacionais começam agora a ter mais interesse e a cobrir os títulos do banco".
Autonomous Research, o braço de "research" da Bernstein, Barclays e Intesa Sanpaolo são as mais recentes aquisições do banco português à sua carteira de analistas. A atribuir uma recomendação são agora 18 empresas e 16 a darem um preço-alvo para os próximos 12 meses. O cenário é otimista, com o consenso a implicar uma valorização de quase 14% face à cotação de fecho desta segunda-feira, nos 55,14 cêntimos por ação. A maioria (14) recomenda aos clientes a "compra" dos títulos da instituição financeira nacional.
Mas porquê? Mesmo sendo instituições financeiras de dimensões diferentes, "o Novo Banco não deixa de ser um comparável ao BCP", diz Carlos Pinto, algo que a instituição não tinha dado que é o único banco cotado em Lisboa desde dezembro de 2018, quando o BPI o deixou órfão. Adicionalmente, "o facto de o BCP negociar acima da média europeia no rácio que mede a relação entre a cotação e os capitais próprios mostra que o mercado acredita que o BCP tenha uma capacidade de gerar valor também ela acima da média", acrescenta João Queiroz.
Este indicador, o "price-to-book ratio", do BCP está em 1,28, acima dos 1,03 da média do índice de bancos do europeu Stoxx. A ação valoriza mais de 17% desde o início do ano e superou, em finais de fevereiro, os 56 cêntimos pela primeira vez desde março de 2016. Assim, a capitalização bolsista do banco ultrapassou recentemente a fasquia dos oito mil milhões de euros.
Já olhando para o Novo Banco, a primeira avaliação conhecida apontava para os cinco mil milhões de euros, mas mais recentemente a JB Capital avançou que o valor poderia chegar aos sete mil milhões. Na nota de "research" a que o Negócios teve acesso, o analista da JB Capital Maksym Mishyn explicava que, além dos resultados e da viabilidade do plano estratégico, também a melhoria dos múltiplos de negociação dos bancos europeus tornam as condições de mercado mais atrativas.
Esse valor poderá ainda subir em cerca de 500 milhões de euros, uma vez que a JB Capital "assume uma taxa de impostos estatutários de 31% como cenário central para as estimativas", mas o Novo Banco explicou que esse valor deverá ficar mais próximo de 18%, através dos ativos por impostos diferidos (DTA).
A par do entusiasmo em torno de um novo banco cotado, há outras razões para a recente atenção sobre o BCP. Não é apenas um, nem dois, mas são três os analistas que levantam a possibilidade de o excesso de capital do BCP permitir ao banco olhar para fusões e aquisições. A AlphaValue antecipa que, mesmo com uma remuneração acionista em torno de 75% dos lucros, o banco liderado por Miguel Maya verá "1,2 mil milhões de euros em excesso de capital ficarem intactos", refere o analista David Grinsztajn.
Já o Deutsche Bank – um dos contratados pelo Novo Banco para preparar um IPO – salienta que o "maior conservadorismo" nas perspetivas de rácios de capitais próprios "refletem a possibilidade de manter algum capital para fusões e aquisições domésticas, nomeadamente relativamente a uma potencial venda do Novo Banco caso não avance para a bolsa, o que poderia ser criador de valor para os bancos portugueses com o preço certo". O analista Alfredo Alonso adverte, contudo, que seria "pouco provável que o BCP fosse o único pretendente".
No entanto, Lento Tanq e Uzair Kundi, da Bloomberg Intelligence (BI), que também levantam essa possibilidade, referem numa nota a posição do CEO do BCP, Miguel Maya, que tem sido claro em garantir que o plano do Millenium passa por crescer de forma orgânica, não estando numa corrida pelo Novo Banco.
Ainda assim, o gestor não esconde o entusiasmo com a operação: "Se o Novo Banco for para o mercado, ficarei muito entusiasmado. Estamos sozinhos no mercado e ficaremos acompanhados", disse, na apresentação dos resultados anuais, mostrando que a avaliação do concorrente – que, na altura, ainda rondava os cinco mil milhões de euros – não o assusta. "Se vale esse valor, fico ainda mais entusiasmado sobre o que pode valer o BCP", ironizou.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.
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