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Cobre em recordes nos EUA "desvia" metal de Londres para Nova Iorque
27/03/2025 07:00

Quando Donald Trump venceu as presidenciais dos Estados Unidos, em novembro passado, a ameaça de impor tarifas alfandegárias adicionais aos seus parceiros comerciais começou a refletir-se de imediato nos mercados financeiros. Nessa altura, os receios em torno das suas políticas protecionistas sentiram-se em muitas matérias-primas, mas os metais industriais foram os que registaram as maiores quedas, com destaque para o cobre, extremamente sensível às dinâmicas comerciais e à procura para fins industriais. Agora, o metal vermelho inverteu a tendência e atingiu um recorde no mercado nova-iorquino, tornando-o mais caro do que o congénere negociado em Londres. E isso está a levar a um fenómeno de transferência.

Os futuros do cobre negociados em Nova Iorque disparam para máximos de sempre, com os operadores a incorporarem no preço a possibilidade de serem decretadas pesadas tarifas à importação deste metal pelos EUA, mas não só: a impulsionar as cotações esteve também a informação de que a Glencore suspendeu temporariamente as suas entregas de cobre a partir do seu complexo metalúrgico Altonorte, no Chile — que é o maior produtor mundial deste metal —, depois de um problema que afetou o forno da fundição.

Na sessão de terça-feira, o cobre subiu 2,4% para um máximo histórico de 5,2145 dólares por libra-peso no Comex, mercado nova-iorquino de futuros e opções para a negociação de metais. No dia seguinte manteve a tendência e estabeleceu um novo recorde, nos 5,2255 dólares. Desde o início do ano, o contrato para entrega a um mês já valoriza 31,14%, tendo criado assim uma desconexão sem precedentes entre o preço nos Estados Unidos e o preço de referência mundial estabelecido no Mercado Londrino de Metais (LME) — que ontem era de 10.112 dólares por tonelada.

Assim, a disparidade de preço entre o cobre transacionado em Nova Iorque e em Londres aumentou para níveis-recorde, criando incentivos para os operadores transferirem cobre para os Estados Unidos. Com efeito, segundo a Bloomberg, os “traders” estão a contar com uma massiva quantidade de cobre a entrar nos EUA antes de as potenciais tarifas serem impostas — o que poderá levar a uma escassez e a preços mais elevados no mercado londrino.

Os futuros norte-americanos do cobre começaram a superar os preços do LME em janeiro deste ano e o fosso foi-se alargando até níveis-recorde depois de, no mês passado, Trump ter ordenado ao Departamento do Comércio para avaliar a possibilidade de imposição de tarifas agravadas sobre a importação de cobre com base em fundamentos de segurança nacional. No início desta semana, o “gap” entre os preços no Comex (contrato a um mês) e no LME (entregas a três meses) fixou um recorde de mais de 1.400 dólares por tonelada.

“A incerteza em torno das tarifas, especialmente sobre quando poderão ser implementadas, deve manter este diferencial de preços em níveis elevados”, referiu Matt Schwab, diretor de soluções de investimento do fundo de cobertura de risco Quantix Commodities, em declarações à Bloomberg.

A agência financeira noticiou esta quarta-feira, citando fontes próximas, que as tarifas à importação de cobre pelos EUA podem avançar nas próximas semanas, muito antes do prazo máximo para a decisão. O Goldman Sachs e o Citigroup apontam para a imposição de taxas adicionais de 25% sobre o cobre, o que leva a que se preveja uma “enchente” do metal a dar entrada nos Estados Unidos.

O Mercuria Energy Group estima que estejam a caminho de território norte-americano cerca de 500.000 toneladas de cobre, deixando o restante mercado mundial muito menos fornecido. Resultado: os preços no LME poderão escalar para mais de 12.000 dólares por tonelada, à medida que a escassez se vá fazendo sentir mais, projetam o Mercuria e a Trafigura.

O cobre é há muito tempo chamado “ouro vermelho”. Pela sua valorização, por ser um dos metais mais utilizados na indústria, à conta das suas vastas aplicações (nomeadamente na transição para as energias verdes), e também por se considerar que tem um doutoramento em economia — dado ser um bom barómetro da evolução da atividade económica. Daí que seja também alcunhado “Dr. Cobre”. E agora, mais do que nunca, segue a todo o vapor.

31Valorização
Os futuros do cobre em Nova Iorque sobem 31,14% desde o início do ano.
5,22Recorde
O cobre para entrega a um mês atingiu um recorde nos 5,2255 dólares por libra-peso.
500Trânsito
Estima-se que estejam a caminho dos EUA 500.000 toneladas de ouro vermelho.

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