Num universo de 20 milhões de bitcoins mineradas, um quinto está "adormecido"
30/03/2025 17:00
Entre palavras-passe perdidas e discos rígidos corrompidos, é difícil quantificar quantas bitcoins estão desaparecidas na complexa rede de "blockchain" em que a criptomoeda opera. Os números variam consoante a fonte, mas um estudo da Chainalysis aponta para cerca de 3,7 milhões de bitcoins "adormecidas" – perto de 20% do número total disponível.
Quando a bitcoin foi criada em 2009, o interesse na criptomoeda era puramente conceptual. Só dois anos depois de ser lançada, é que o ativo conseguiu ultrapassar, pela primeira vez, a marca de um dólar por unidade, com muitos dos primeiros investidores a terem perdido o interesse na criptomoeda antes da sua explosão. Mais de 15 anos depois e com cada bitcoin a valer mais de 85 mil dólares, o apetite é muito diferente, mas nem todos os investidores iniciais têm beneficiado das valorizações recorde.
O número de carteiras "adormecidas", ou seja, que já não registam movimentações há mais de uma década, chegava aos 1,75 milhões em meados do ano passado, de acordo com dados da Chainalysis. A perda da palavra-passe que dá acesso à carteira onde estão localizadas as bitcoins adquiridas é a causa mais usual entre os investidores que deixaram de ter acesso às suas reservas, principalmente no período pré-2012, quando empresas como a Coinbase – que guardam palavras-passe pelos utilizadores – ainda nem sequer existiam.
No entanto, a perda de "hardware" ou a danificação de discos rígidos era também um acontecimento comum nestes primeiros anos de vida da bitcoin. É o caso de James Howells, que, acidentalmente, terá deitado ao lixo um disco externo com 7.500 bitcoins em agosto de 2013. Desde essa altura, o valor da carteira terá disparado para mais de 800 milhões de dólares – e Howells está determinado a recuperá-la, segundo noticiou recentemente o The Guardian.
De acordo com o especialista informático, o disco rígido estará enterrado numa lixeira municipal no sul do País de Gales. Há uma década que Howells tem tentado obter autorização para explorar o lugar, mas tem encontrado grande resistência por parte da Câmara Municipal de Newport, que quer transformar a lixeira num parque solar.
"Se a Câmara Municipal de Newport estiver disponível, eu estou interessado em comprar este aterro sanitário. Discuti esta opção com parceiros de investimento e é algo que está em cima da mesa", afirmou Howells ao jornal britânico. Para a aquisição, o homem de 39 anos atraiu capital de "hedge funds", investidores do Médio Oriente e até da sua própria família, convencidos que qualquer valor que invistam terá retorno, caso Howells consiga pôr as mãos à sua carteira de bitcoin.
No entanto, nem todas as carteiras de bitcoin "adormecidas" estão perdidas ou são irrecuperáveis. Um fenómeno recorrente no mundo das criptomoedas são os denominados "HODLers"- colecionadores de ativos digitais, especialmente de bitcoin, que prometem que nunca vão vender as suas reservas (ou, pelo menos, prometem manter a sua carteira inalterada por um longo período de tempo).
Devido à sua natureza finita (cerca de 20 milhões de bitcoins atualmente em circulação, de um total de 21 milhões disponíveis para serem mineradas), estas carteiras "adormecidas" acrescentam valor à criptomoeda, reduzindo o número do ativo digital disponível para negociação. De acordo com dados recolhidos pela CoinDesk em abril do ano passado, mais de 65% das bitcoins mineradas não trocaram de dono no espaço de um ano.
Apesar do número de bitcoins "adormecidas" representar uma fatia bastante considerável do bolo, é possível que uma parte não esteja completamente perdida. Plataformas como a Crypto Asset Recovery, fundada por Chris e Charlie Brooks, especializam-se, tal como o nome indica, a recuperar estes ativos – mesmo com toda as barreiras e segurança elevada que caracteriza esta "blockchain".
"Estimamos que cerca de 2,5% destas moedas perdidas ainda podem ser recuperadas", explicou Chris Brooks à Bankrate. Esta percentagem equivale a mais de 8 mil milhões de dólares em bitcoins, ao preço atual.
(Este artigo foi publicado inicialmente na newsletter cripto do Negócios, que é enviada aos subscritores todas as quintas-feiras às 11:30 horas. Se quiser receber esta newsletter, pode subscrever aqui.)
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