Excedente comercial da UE em medicamentos disparou 60% face aos EUA
15/04/2025 09:00
Escaparam às tarifas de Donald Trump, mas não deverá ser por muito tempo. Os produtos médico-farmacêuticos têm sido o peso-pesado da União Europeia (UE), garantindo uma balança excedentária face aos Estados Unidos. Em 2024, o excedente comercial nesses produtos cresceu ainda mais, com as exportações a superarem quase três vezes as importações do mercado norte-americano, estando agora sob a mira de Donald Trump. Portugal foi o sétimo país com maior excedente.
No conjunto de 2024, a UE exportou 119,8 mil milhões de euros em produtos médico-farmacêuticos só para os Estados Unidos, sendo esse o principal destino deste tipo de bens, segundo dados do Eurostat divulgados esta segunda-feira. Na última década, o mercado norte-americano tem recebido quase 40% do total exportado pelos Estados-membros em produtos médico-farmacêuticos. Em sentido contrário, a UE comprou aos norte-americanos 45,9 mil milhões nesses bens, com os Estados Unidos a serem simultaneamente o maior cliente e maior fornecedor europeu desses produtos.
Dada a considerável diferença entre o total exportado e o total importado pela UE neste tipo de produtos, o excedente comercial face aos Estados Unidos foi de 73,9 mil milhões de euros em 2024. Em comparação com o ano anterior, o excedente europeu nesses produtos aumentou 60%, com destaque para medicamentos.
Os produtos médico-farmacêuticos não estão ainda abrangidos pelas tarifas de Donald Trump, mas a Administração norte-americana já veio dizer que a isenção tarifária é temporária. O secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, esclareceu, em entrevista à ABC News neste fim de semana, que os produtos farmacêuticos serão também alvo de tarifas, sendo que essas deverão ser aplicados "no próximo mês, ou em dois meses".
A Irlanda foi o Estado-membro que registou o maior excedente, em termos absolutos, em 2024: 40,4 mil milhões de euros. Aliás, durante uma visita do primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin, à Casa Branca em março, Donald Trump acusou a Irlanda de ter "toda a indústria farmacêutica dos Estados Unidos nas suas garras", devido às históricas políticas de baixos impostos para atrair multinacionais estrangeiras. É o caso da Pfizer, da Boston Scientific e a Eli Lilly, que instalaram parte da sua produção na Irlanda.
Nessa mesma reunião, Donald Trump afirmou que não queria "castigar demasiado" os irlandeses, tendo em conta que isso poderia pôr em risco apoio dos americano-irlandeses – que representam uma percentagem significativa de eleitores norte-americanos (cerca de 10%) – à agenda republicana. No entanto, afirmou estar determinado a "recuperar a riqueza" norte-americana, incluindo no setor médico farmacêutico.
Na lista de países com maiores excedentes face aos Estados Unidos, seguem-se, a larga distância, a Alemanha (19,8 mil milhões), a Bélgica (9,3 mil milhões) e a Itália (2,8 mil milhões). Portugal é o sétimo país com maior excedente no que toca a produtos médico-farmacêuticos frente aos Estados Unidos. No ano passado, Portugal fechou o ano com o valor total das exportações a superar o total importado em 1,2 mil milhões.
Contudo, em comparação com o ano passado, o excedente comercial português em produtos médico-farmacêuticos encolheu 8,7% face aos Estados Unidos. Ao todo, o valor total importado em produtos médico-farmacêuticos por Portugal diminuiu 13,7% para 10,6 milhões de euros e as exportações para o mercado norte-americano encolheram 8,7% para 1,2 mil milhões.
Em sentido contrário, a vizinha Espanha foi o país onde se verificou o maior défice face aos Estados Unidos no que toca a este tipo de produtos: -3,5 mil milhões de euros em 2024. Na lista, destacam-se também os défices dos Países Baixos (-1,8 mil milhões) e da Dinamarca (-439 milhões).
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