Empréstimos do PRR tiraram duas décimas ao excedente de 2024
23/04/2025 19:40
Os empréstimos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) tiraram duas décimas ao excedente orçamental de 0,7% do ano passado. A conclusão é de uma análise da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) às contas públicas, que revela que, em contabilidade nacional, o PRR teve o maior impacto negativo até à data no saldo orçamental, devido ao "crescimento expressivo" do financiamento por via de empréstimos.
A UTAO estima que, em 2024, a implementação do PRR obrigou a executar despesa num montante total de 2.616 milhões de euros, um valor que corresponde a cerca de 0,9% do PIB. Do total de despesa realizada, a esmagadora maioria (96%) teve origem em fundos europeus, tendo sido a maior parte (77%) financiada por subvenções, ou seja, dinheiro a fundo perdido. Já os restantes 19% foram financiados pela componente de empréstimos do mecanismo NextGenerationEU, a chamada bazuca europeia.
Mas, enquanto as subvenções do PRR não têm impacto no saldo orçamental, o mesmo não se pode dizer os empréstimos. No apuramento das contas públicas, os empréstimos são considerados "receita não efetiva" e a despesa por eles financiada tem impacto integral no saldo. Ou seja, como não há uma contrapartida do lado da receita, os empréstimos prejudicam o saldo. Ora, dos 22,2 mil milhões de euros do PRR a que Portugal tem direito, 16,3 mil milhões são subvenções e 5,9 mil milhões são empréstimos.
No ano passado, a UTAO dá conta de que foram usados 480 milhões de euros em empréstimos para financiar despesa com o PRR, um valor que supera em oito vezes o valor usado em 2023. Esses 480 milhões comparam com 313 milhões de euros de despesa com PRR prevista pelo Ministério das Finanças a realizar em 2024 através de empréstimos, o que significa que o total realizado superou em 53% a previsão do Governo.
Essa aceleração na realização de despesa com empréstimos do PRR penalizou o saldo orçamental em "0,2 pontos percentuais do PIB", segundo os cálculos da UTAO.
A UTAO nota, no entanto, que "apenas a utilização da componente de empréstimos para financiamento do PRR foi superior ao esperado". No que toca às subvenções, foram usados 2.021 milhões de euros para financiar a despesa com o PRR, mais 37% do que em 2023, mas um valor abaixo do previsto pelo Executivo (5.243 milhões).
"No conjunto do ano de 2024, a implementação do PRR continuou a registar atrasos, uma vez que a despesa financiada por fontes comunitárias representou apenas 63% do programado pelo Ministério das Finanças", salienta a UTAO, recordando que a estimativa do Governo era de que fossem executados 3.995 milhões de euros em despesa com o PRR, um valor correspondente a 1,4% do PIB, em vez dos 2.501 milhões realizados.
A UTAO chama ainda a atenção para a contrapartida nacional na despesa realizada com o PRR, embora o Ministério das Finanças apenas apresente previsões e execução para a despesa financiada por fontes comunitárias (subvenções e empréstimos). Segundo a UTAO, o cofinanciamento nacional ascendeu a 115 milhões de euros (cerca de 4% da despesa realizada com PRR). Esse montante inclui os reembolsos de IVA dos projetos apoiados, que não são financiados pela bazuca europeia.
Tal como no caso dos empréstimos, a contrapartida nacional impacta diretamente no saldo, prejudicando as contas públicas, já que não há uma compensação automática do lado da receita, como existe no caso das subvenções.
A UTAO reconhece que o excedente orçamental do ano passado, de 0,7% do PIB, "constitui um ponto de partida mais favorável para 2025". Mas alerta para a existência de "riscos orçamentais descendentes sobre o ano em curso, que não foram considerados" na proposta do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), como é o caso das pressões adicionais sobre a despesa, "designadamente acordos de valorização salarial adotados já em 2025 e a eventual adoção de medidas decorrentes de promessas eleitorais".
A essas, acrescem pressões sobre a despesa devido à necessidade de executar o PRR. Para garantir o cumprimento dos marcos e metas acordados com a Comissão Europeia até 2026, a UTAO alerta que é preciso acelerar a realização de despesa, "com a possibilidade de um maior recurso à componente de empréstimos", o que deverá agravar os saldos orçamentais deste ano e do próximo.
No plano internacional, as tensões geopolíticas, conducentes a um provável agravamento da despesa com Defesa, e as tarifas introduzidas pela Administração Trump geram também pressões sobre a despesa, com a UTAO a alertar para a possibilidade de terem de ser adotadas medidas de política adicionais para mitigar efeitos adversos.
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