Tarifas ameaçam emprego nas regiões Norte e Algarve
13/05/2025 23:30
As tarifas que Donald Trump impôs sobre a União Europeia (UE) podem ter um impacto no emprego das regiões Norte e Algarve, as que, em Portugal, estão mais dependentes das exportações. O impacto pode ser "significativo, mas gerível".
A conclusão é do Bruegel. Baseado em Bruxelas, o "think tank" europeu publicou recentemente uma primeira análise do impacto no emprego das regiões europeias mais industrializadas e dependentes das exportações às tarifas aplicadas pelos Estados Unidos aos bens produzidos na UE.
Nesse sentido, o Bruegel olha para duas regiões portuguesas: a região Norte e a do Algarve. O impacto estimado no emprego está alinhado com a média europeia, que os economistas do "think tank" dizem que pode ser "significativo, mas inferior ao de choques como o da pandemia ou da crise energética após a invasão da Ucrânia pela Rússia".
Para chegar a esta conclusão, os investigadores do Bruegel (entre eles a portuguesa Madalena Barata Rocha) criaram um índice utilizando o emprego como indicador da produção das diferentes indústrias em cada região. Especificamente, multiplicaram a proporção de emprego numa determinada indústria e região pela quota do valor acrescentado nas exportações para os EUA, em relação ao valor acrescentado total a nível nacional.
No entanto, o indicador do Bruegel não traduz o índice em impacto direto. Ou seja, os investigadores não apresentam estimativas de destruição de emprego associadas às tarifas, comparando apenas as regiões entre si.
É com base neste índice que os investigadores do Bruegel dizem que, embora o efeito global pareça limitado, o impacto das tarifas de Trump "poderia ser problemático" se estivesse concentrado em algumas regiões europeias.
Em causa estão sobretudo as regiões da Irlanda, que são de longe as mais expostas às tarifas, devido à forte proporção do valor acrescentado nacional correspondente às exportações de químicos, equipamento de transporte, alimentos e bebidas. A Itália é o segundo país mais afetado, com alta exposição em equipamentos de transporte e um alto nível de empregos expostos na indústria da moda e automóvel.
É nesse sentido que os economistas do Bruegel consideram que "algumas regiões e indústrias podem necessitar de medidas de proteção".
Em causa estão sobretudo as tarifas "recíprocas" de 20% (agora, devido ao acordo de uma "pausa", estão nos 10% até junho) que se aplicam à generalidade de bens produzidos pela UE e que entram nos EUA e as de 25% que se colocam ao aço e alumínio europeus. Mas caso Trump avance para tarifas sobre as farmacêuticas, o impacto pode ser superior, em termos globais e também para a Irlanda e a Itália.
"A evidência sobre os possíveis efeitos económicos das tarifas de Trump sugere que as consequências macroeconómicas para a UE podem ser significativas, mas geríveis e que o medo do desvio de comércio da China é provavelmente exagerado", afirma o Bruegel.
Antes da guerra comercial, a taxa média das tarifas norte-americanas sobre as importações da UE estava nos 1,47%, ligeiramente acima da taxa média europeia sobre os bens dos EUA (de 1,37%). A implementação total das tarifas de Trump pode elevar a taxa média para 15,2% (assumindo dados de comércio de 2023) - com a maior parte da subida a ser explicada pelas "recíprocas". Com a pausa de 90 dias da implementação total destas tarifas, a taxa média fica a rondar os 10%.
"O impacto para a economia europeia vai depender da taxa de tarifas que os EUA definam e da resposta europeia", afirmam os economistas do "think tank". Ainda assim, os cenários apontam para uma quebra das exportações da UE para solo norte-americano entre 0,6% e 1,1% e um efeito negativo de 0,3% do PIB. "É um impacto significativo, mas é pouco provável que empurre a economia europeia para a recessão, uma vez que, antes das tarifas, era esperado que o PIB da UE crescesse 1,5% em 2025", afiançam. Ainda assim, os economistas do Bruegel afirmam que estas estimativas não incluem todos os efeitos, tal como os riscos de uma crise financeira nos EUA.
Além dos impactos diretos no PIB da UE, as tarifas elevadas aplicadas sobre a China - que, durante 90 dias, baixaram para 30% dos 145% - podem levar a um desvio para solo europeu dos bens que seriam exportados para os EUA, um padrão observado na guerra comercial entre as duas potências entre 2017 e 2019.
"Isto pode pôr as indústrias internas sob pressão elevada", começam por salientar os economistas do Bruegel. No entanto, apenas 13,5% das exportações chinesas vão para os EUA.
Os analistas testam o impacto do desvio dessas vendas para a UE, tentando saber quantos desses produtos são produzidos em solo europeu. "Há pouca sobreposição", concluem. A exceção são os equipamentos elétricos - smartphones e baterias de lítio. Mas, no geral, "os riscos parecem limitados", admitem.
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