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AD entre a liderança em aberto no PS e a estratégia incerta do Chega
19/05/2025 21:54

A AD sai reforçada, mas o Governo, ainda que legitimado, continua minoritário e Luís Montenegro terá de lidar com duas incógnitas: como se posicionará o Chega, agora na posição de líder da oposição, e, por outro lado, quem será a nova cara do PS - alguém mais disposto a cedências ou, como defendeu Pedro Nuno Santos, um líder que não pretenda facilitar-lhe a vida? A longevidade da nova legislatura dependerá da capacidade - ou não - que o primeiro-ministro tenha de conseguir fazer pontes, dizem os politólogos ouvidos pelo Negócios. E isso num contexto em que o Chega ascendeu, inequivocamente, à categoria de líder da oposição.

 

Com efeito, as eleições deste domingo, que terminaram com o Chega taco a taco com o PS e com uma previsível vantagem nos círculos da emigração - assim se repitam os resultados do ano passado - catapultaram André Ventura para a categoria agora incontornável de líder da oposição. E aí surge a primeira incógnita: o líder do Chega adotará "uma linha mais comedida, mais próxima do poder, ou optará por uma via ainda mais extremista", questiona José Leite Viegas, professor jubilado de ciência política. Quanto ao PS, quem será o senhor que se segue e a que estará disposto para apoiar um governo minoritário de direita?

 

Sendo certo que no próximo ano não poderá haver nova dissolução do Parlamento - devido às eleições presidenciais - o Governo da AD terá alguma margem para se adaptar ao embate e "no imediato não haverá grandes obstáculos", acredita Filipa Raimundo, professora de ciência política do ISCTE. A discussão do programa de Governo no Parlamento será um ponto de partida, mas o PS ainda sem líder não se definirá logo. Depois será preciso negociar, por exemplo, a presidência e as vice-presidências do Parlamento. E, mais para a frente, o Orçamento do Estado, mas "mesmo aí não será problemático", o país pode ficar em duodécimos, acrescenta a politóloga.  

 

O problema colocar-se-á, portanto, mais no médio prazo. Já com o novo Presidente da República, "que poderá ser um ator particularmente importante" e com o PS já com um líder definido. Para já, não se sabe "se esse novo líder vai adotar uma posição de guardião da democracia, disposto a perdas para evitar que sejam postos em causa pilares essenciais", ou se adotará a linha sugerida por Pedro Nuno Santos no seu discurso de fim de noite eleitoral. 

 

Esse conceito de "cordão sanitário não dá bons resultados", considera José Leite Viegas. "Fazer uma barreira pode depois provocar ruturas e aí é muito pior". Na sua opinião, "o facto de se aceitar dialogar não tem mal, permite incorporar o que for razoável e exige força, mas é aí que se medem os líderes". Ora, sublinha "a responsabilidade da AD na liderança deste processo será muito importante. Marginalizar o Chega, que fica agora numa posição reforçadíssima, é errado, votaram nele 1,3 milhões de portugueses", lembra. "Negociar, sim, mas não aceitar o que for para além dos limites do razoável. Não é vergonha negociar e aceitar ouvir, demonstrando firmeza perante posições extremistas".  

 

O facto de se aceitar dialogar não tem mal, permite incorporar o que for razoável. Exige força, mas é aí que se medem os líderes.José Leite Viegas, professos jubilado de ciência política

"Não se pode ignorar o Chega. Essa estratégia tem sido um erro, porque depois vale a estratégia de vitimização", afirma, por seu turno, Susana Salgado, investigadora do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa. "O Chega tem temas na sua agenda que os outros partidos simplesmente têm ignorado e que são temas que são importantes para as pessoas, como a habitação, a imigração, a corrupção" acrescenta. "Pode haver a máxima habilidade em termos de eventuais acordos de governabilidade, mas se não se tentar resolver esses problemas, há o risco de o Chega continuar a aumentar e de termos um governo liderado por ele daqui a alguns anos. Por isso, a preocupação não deve ser só a manutenção do poder e alguma estabilidade", remata.  

Não se pode ignorar o Chega. Essa estratégia tem sido um erro, porque depois vale a estratégia de vitimização.Susana Salgado, investigadora do ICS

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