Alicerces do refúgio norte-americano estão a abanar
20/05/2025 07:00
O movimento "Sell America" está a aprofundar-se à medida que os investidores demonstram menor confiança nos Estados Unidos enquanto mercado financeiro de refúgio global. O novo golpe para o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, veio por via do rating: a Moody's decidiu na sexta-feira passada retirar a avaliação máxima à dívida norte-americana, juntando-se assim à Standard and Poor's (S&P) e à Fitch.
"Até 2011 as três agências classificavam a América no rating mais elevado de AAA. A S&P foi a primeira a rever em baixa, em 2011", recorda Jay Woods, estratega-chefe global da Freedom Capital Markets, sobre o rescaldo da crise financeira. "Presumi, erradamente, que as outras agências iriam seguir o exemplo em breve. Presumi que levaríamos anos a recuperar - não foi o caso. Despertou o medo, desestabilizou os mercados e levou a um eventual compromisso sobre a questão do tecto da dívida", explica.
Em agosto de 2023, também no meio de um aceso debate sobre o tecto da dívida, foi a Fitch que cortou o rating dos EUA. "Agora, a Moody's decidiu finalmente juntar-se à festa. Isto é que é estar atrasado na curva! A sua descida de rating deveu-se à determinação de que a crescente dívida pública - que já atingiu os 37 biliões de dólares - iria aumentar ainda mais com os cortes de impostos propostos. Suspeitamos que, por agora, é o suficiente para pôr de joelhos a atual recuperação do mercado, mas, tendo em conta que acabou de baixar a classificação dos EUA para o equivalente à dos seus dois homólogos, é mais um latido simbólico do que uma dentada", antecipa Jay Woods.
O impacto imediato foi esse: Wall Street abriu em queda, enquanto a "yield" das "Tresuries" norte-americanas a 30 anos ultrapassou a barreira psicológica dos 5%, tendo atingido o valor mais elevado desde 2023. Entretanto, os movimentos, especialmente nas ações, acabaram por aliviar ao longo da sessão, enquanto o dólar chegou a desvalorizar quase 2% e o ouro voltou a aproximar-se dos 3.250 dólares por onça.
"A conjugação da descida do rating devido ao aumento da dívida e da aprovação iminente de cortes fiscais deverá continuar a alimentar a procura por ouro como valor-refúgio", antecipa Ricardo Evangelista, CEO da Activtrades Europe. "Outros fatores de suporte incluem as persistentes tensões geopolíticas, a incerteza quanto ao crescimento da economia global e a fraqueza do dólar norte-americano. No entanto, o potencial de valorização permanece, para já, limitado pela trégua comercial de 90 dias entre os EUA e a China, bem como pelo otimismo quanto a novos acordos tarifários que Washington poderá anunciar em breve com outros parceiros comerciais. Neste contexto, os preços do ouro deverão manter-se sustentados acima do nível dos 3.200 dólares, com margem para novas valorizações até aos 3.300 dólares", refere.
Já depois de a Moody's ter feito a sua avaliação na sexta-feira à noite, o projeto de lei de corte de impostos de Donald Trump - que estava paralisado há dias devido a conflitos internos dentro do Partido Republicano - obteve a aprovação de um importante comité do Congresso no domingo. Segundo a Reuters, os republicanos estão divididos sobre os cortes na despesa e benefícios fiscais, sendo que os mais conservadores exigem cortes profundos no Medicaid e a revogação dos créditos fiscais verdes. O projeto de lei poderá acrescentar entre 3 e 5 biliões de dólares à dívida pública dos EUA na próxima década.
"Os mercados não precisam que as agências de rating lhes digam que os EUA têm um problema de dívida", diz Matthew Amis, diretor de investimento da Aberdeen Investments. "A questão mais pertinente é se a Administração está disposta a tomar as decisões difíceis para iniciar o árduo processo de equilibrar as contas. Com o desanuviar da guerra comercial, as tarifas não vão ser a grande fonte de receitas. Além disso, os desenvolvimentos deste fim de semana sobre a "grande e bela" lei fiscal de Trump sugerem que a dívida dos EUA está a seguir um caminho e não é na direção que os mercados desejam. Os EUA têm desfrutado de uma posição de luxo nos últimos anos. Os chamados vigilantes das obrigações permitiram que os défices aumentassem sem que as 'Treasuries' ficassem sob demasiada pressão. Os movimentos de abril mostraram que o período de excecionalismo dos EUA está a enfraquecer".
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