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Mozamil Afzal: "A viragem de Portugal à direita deve agradar os mercados"
21/05/2025 11:30

A derrota do PS nas eleições e a viragem (ainda mais acentuada) à direita do país deve agradar, no curto prazo, os mercados financeiros. Mozamil Afzal, "chief investment officer" (CIO) do banco suíço EFG, refere que esta tendência pode ser positiva para as ações, mas continua a acreditar que os investidores estão mais atentos à consistência das políticas e à disciplina orçamental - um fator em que Portugal tem sido bem-sucedido nos últimos anos. 

Num contexto de instabilidade política, com o país a caminhar para o seu terceiro Executivo nos últimos três anos, Mozamil Afzal adverte que "os investidores gostam de governos estáveis". "Mas existem forças maiores a impulsionar mudanças em Portugal", explica, dando o exemplo da imigração e do turismo que são motores da economia do país. 

A nível europeu, para o CIO do EFG, a educação e o investimento em infraestrutura devem continuar a ser as prioridades dos governos locais para fazer crescer o tecido empresarial e atrair investidores internacionais - algo que países como os EUA e o Reino Unido têm falhado nos últimos anos. No entanto, há outro fator a ter em conta: a regulação.

"Em Portugal, a desregulação pode ser bastante positiva para o mercado de capitais - e existem muitas regulações locais que podem ser aliviadas", afirma Mozamil Afzal, acrescentando que "há um consenso que estas regras são antiprodutivas e caras", algo que tem de ser "contornado". 

Europa em "círculo virtuoso"

Tal como em Portugal, a viragem à direita na Alemanha, aliada a grandes gastos com defesa, deu o "pontapé de saída para um círculo virtuoso" - tanto para a economia europeia como para o mercado acionista.

Mozamil Afzal acredita que o "rally" nas ações europeias "é real" e não histerismo dos investidores face às quantias elevadas que se espera que sejam investidas no setor da defesa e em infraestruturas. A recuperação da produção industrial nas principais economias do continente registada nos últimos meses, diz, é prova de um cenário económico bastante positivo.

Em contraciclo, os EUA têm visto este indicador a perder terreno nos últimos meses, tendo o índice dos gestores de compras (PMI) relativo à produção industrial caído para os 44 pontos em abril - um valor que contrasta com os 52,3 pontos registados na Alemanha no mesmo mês.

Daí, o EFG continuar com um "outlook" positivo para as ações europeias, mantendo-as no nível de "overweight". De acordo com os cálculos do banco suíço, espera-se que, no total de 2025, os lucros por ação cresçam 9,1% no continente europeu - um resultado só superado pela Ásia, excluindo o Japão.

Défice é a próxima grande crise dos EUA

Refletindo um cenário de grande instabilidade e incerteza provocado pela política comercial agressiva dos EUA, o EFG decidiu reduzir a recomendação das ações norte-americanas de "overweight" para "underweight" no início do ano. No entanto, o movimento de correção desencadeado pela introdução das tarifas "recíprocas" colocou o mercado acionista do país "num valor justo", refere Mozamil Afzal.

Face a esta correção, o CIO do EFG admite que o banco suíço pode vir a retirar algum dinheiro dos mercados europeus para o investir em ações dos EUA. Até porque as tensões comerciais estão a aliviar e as "tarifas já não são o principal foco dos investidores". "Se incluirmos a China, estamos a falar de tarifas [médias] em torno dos 17%. Acreditamos que, com os acordos comerciais, estas devem ficar em torno dos 10% a 15%, que é o que o mercado está a refletir", esclarece.

Com as tarifas a recuarem para segundo plano, "está na altura de os investidores darem atenção à próxima crise: o défice". E neste campo, há várias opções que Mozamil Afzal vê a atual administração percorrer: "Uma forma de o resolver é ajudar a terminar conflitos por todo o mundo, o que abre espaço a uma redução dos investimentos em defesa", afirma. Além disso, as receitas que o país vai ter com a introdução de tarifas e uma possível venda de ativos na posse do Governo norte-americano podem fazer parte do plano.

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