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Trio de amigos com negócio "fora da caixa" mete a carga toda no Bauu em Gaia
24/05/2025 12:12

Em meados de junho do ano passado, Francisco Brandão, Pedro Ramos e Bernardo Lopes, com idades que rondam os 35 anos, recebiam o primeiro pedido de armazenamento. Na casa do cliente, deixaram um Bauu – uma box feita de contraplacado e madeira com oito metros cúbicos.

 

Antes do sol se pôr, já os pertences tinham sido transportados para Vilar do Paraíso, em Vila Nova de Gaia, onde ficaram guardados e vigiados durante o tempo necessário. De forma cómoda, anos de desarrumação foram confinados num contentor moderno e à distância de um clique.

 

Este serviço de "auto armazenamento", o "self storage", é já um mercado conhecido em países como os Estados Unidos e a Austrália. Com estes exemplos em mente, Pedro Ramos, um entusiasta do tema, pensou na possibilidade de trazer a ideia para Portugal.

 

Juntamente com Brandão e Lopes, amigos desde o liceu e que partilham "veia empreendedora", começaram a planear, em 2022, uma forma de tornar as mudanças e arrumações mais fáceis e flexíveis.

 

"A forma mais conhecida de ‘self storage’ assemelha-se muito a mini armazéns, a garagens para arrumos. Ao pesquisarmos sobre este mercado, que começava a crescer em Portugal, deparamo-nos com este modelo, um pouco diferente e muito mais cómodo", explicou Francisco Brandão ao Negócios.

 

Em equipa, desenvolveram uma "caixa de arrumos" de fácil transporte, construção simples e com capacidade para acomodar até uma tonelada de recheio, sem que este se danifique. Nome? "Antigamente, guardavam-se as coisas no baú. Agora temos o Bauu", gracejou o empreendedor.

 

Incubado na Inovagaia, a Bauu firmou um financiamento do programa Empreende XXI, um apoio concedido pelo IEFP a novos projetos empresariais.

 

"Isto resultou num investimento à volta dos 150 mil euros, dos quais 40% foi concedido a fundo perdido, 45% sob empréstimo sem juros e 15% de capitais próprios", detalhou Bernardo Lopes, que reparte o capital da Bauu, em partes iguais, com os seus dois sócios e amigos.

 

O investimento foi direcionado para a criação dos primeiros 150 "Bauus", o desenvolvimento da plataforma da empresa e para as despesas relacionadas com o armazém.

 

Bauu capacita Vilar do Paraíso para 250 contentores

 

E onde é que iriam "armazenar" a Bauu? Inicialmente, Bernardo Lopes, que também trabalha num negócio familiar de gestão de património imobiliário, queria rentabilizar um armazém desocupado, mas acabaram por aceitar a indicação da incubadora do projeto, que sinalizou um armazém, de 800 metros quadrados, que permitiria "começar um pouco mais à frente", em Vilar do Paraíso, com capacidade para alojar 250 contentores.

 

Num raio de 30 quilómetros, a Bauu entrega e recolhe as caixas sem custos adicionais e dá um propósito a espaços inutilizados. "As pessoas precisam de espaço para guardarem as suas coisas, em diferentes momentos da sua vida. E nós diminuímos as dificuldades desse processo, encarregamo-nos do transporte e depois guardamos em armazéns que, de outra forma, como muitos no país, estariam vazios", assinalou Bernardo Lopes.

 

O "modus operandi" da startup é baseado na "simplicidade e rapidez". O cliente pode solicitar a entrega dos contentores em sua casa e proceder ao seu preenchimento, equivalente a "todo o recheio de um apartamento T1".

 

Posto isto, a Bauu encarrega-se novamente do transporte e acomoda os baús modernos no seu armazém, onde podem ficar guardados "praticamente ‘ad eternum’", com o limite mínimo de um mês e mediante o pagamento de uma mensalidade "de 90 euros (IVA incluído), sem caução ou taxas escondidas", enfatizou o trio de fundadores da startup.

 

Entre contacto e armazenamento, tudo é feito num dia e o cliente pode depositar ou reaver bens sempre que necessário, desde que com aviso prévio.

 

Criar uma rede nacional de transporte e armazenamento pessoal

 

Para Pedro Ramos, o "self storage" móvel tem vindo a ganhar visibilidade no país e a Bauu já recebe pedidos fora da sua zona de atividade. "Surpreendentemente, temos recebido muitas solicitações de transporte de fora do Grande Porto, principalmente de Braga. No entanto, o custo dos transportes torna-se mais elevado, sendo que este processo, que é idealmente rápido e despreocupado, já não tem o mesmo impacto", observou o empresário.

 

Desta forma, os três fundadores acreditam que "é essencial" ter presença em "todas as capitais de distrito", estando já a decorrer as primeiras negociações para a chegada a Lisboa.

 

"O ideal era estarmos em todos os distritos para que conseguíssemos atender o máximo de pedidos, sem custos elevados, e fosse possível armazenar os pertences do cliente perto da sua área de residência. Temos uma ambição a nível nacional que queremos que aconteça e pode ser potenciada pela entrada de parceiros, que auxiliariam no transporte dentro dos distritos e entre eles", descreveu o CEO.

 

Este avanço deverá dar origem a uma "rede nacional de transporte e armazenamento pessoal", algo que, afiançam, diferencia a Bauu de "outros projetos portugueses e até estrangeiros".

 

Para "aproveitar os vários armazéns vazios pelo país fora" e "simplificar a ideia do camião das mudanças", a futura rede nacional de transporte e armazenamento funcionará através da app Bauu, cujo lançamento está previsto para o próximo ano.

 

"A aplicação permitirá que o cliente faça os seus pedidos e consulte o inventário do seu Bauu sempre que quiser. Para além disso, se precisar de mudar a caixa para outro distrito, a aplicação agilizará essa tarefa, notificando e interligando parceiros e clientes", relatou Ramos.

No entanto, o desenvolvimento desta plataforma depende diretamente do apoio do Empreende XXI, que ainda só avançou com metade do financiamento, queixam-se os promotores da Bauu.

 

"Só avança com a outra metade após a realização de todo o investimento. Ora, fizemos um pedido de pequenas alterações ao investimento em outubro passado, mas até agora não obtivemos qualquer resposta", lamentou Bernardo Lopes.

 

Mais de 100 serviços "armazena" 80 mil euros

 

Após ter fechado os primeiros seis meses de atividade, que correspondem à segunda metade de 2024, com uma faturação de sete mil euros, a Bauu prevê atingir 80 mil euros neste seu primeiro exercício completo.

 

Na última dúzia de meses, a Bauu terá realizado "mais de 100 serviços" de entregas e recolhas. "Temos cerca de 50 ‘boxes’ ocupadas, de um total de 40 clientes", revelou Francisco Brandão, adiantando que os pedidos de armazenamento são efetuados por empresas e, principalmente, particulares, que "começam a conhecer o mercado do ‘self storage’".

 

Para 2026, com a prevista expansão do negócio, a Bauu estima chegar a uma faturação de 216 mil euros. "Estamos a crescer no digital, a falar com potenciais parceiros e a construir mais ‘Bauus’. Os clientes já chegam até nós não só pela Internet mas pelo passa-a-palavra, o que é um bom sinal", rematou o jovem empresário. 

 

*Texto editado por Rui Neves

 

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