Guerra comercial pode dar ao euro "um papel internacional maior", defende Lagarde
26/05/2025 15:38
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, defendeu esta segunda-feira que o euro pode vir a desempenhar um "papel internacional maior" com a guerra comercial. Christine Lagarde acredita que a moeda única europeia pode ganhar estatuto e assumir a liderança como moeda de referência no sistema monetário face à queda do dólar norte-americano.
"Qualquer alteração na ordem internacional que conduza à redução do comércio mundial ou à fragmentação em blocos económicos será prejudicial para a nossa economia. Mas – com as respostas políticas certas – também pode haver oportunidades. A mudança de cenário pode abrir caminho para que o euro possa desempenhar um papel internacional maior", referiu Christine Lagarde, numa conferência sobre "o papel da Europa num mundo fragmentado" organizada pela Hertie School/Centro Jacques Delors em Berlim, na Alemanha.
Para Christine Lagarde, as mudanças em curso, nomeadamente a imposição de tarifas sobre bens importados e a política isolacionista dos Estados Unidos, abriram condições para o início de um "momento global do euro". "Esta é uma excelente oportunidade para a Europa assumir um maior controlo do seu próprio destino. Mas esse não é um privilégio que nos será simplesmente dado. Temos de merecê-lo", disse.
Para que o euro aumente o seu estatuto global, a presidente do BCE considera que é preciso que a Europa trabalhe em três vertentes: num reforço da base geopolítica, da base económica e da base jurídica.
Primeiro, afirmou que é preciso que a Europa mantenha um compromisso geopolítico firme com o comércio aberto e que o reforce com "capacidade de segurança". Depois, é preciso reforçar a base económica para fazer da Europa "um destino de destaque" para o investimento mundial, possibilitado pelo desenvolvimento do mercado de capitais. Por fim, referiu que a Europa deve estar unida na defesa do Estado de direito, para resistir às "pressões externas".
Christine Lagarde salientou que, na história da política monetária, as alterações na moeda usada como reserva mundial não são "inéditas" e lembrou que, na década de 1920, o dólar norte-americano substituiu a libra esterlina como principal moeda de reserva. Mas essa posição não impediu os Estados Unidos de "alterar unilateralmente a ordem monetária internacional", com o fim do padrão-ouro, na década de 1930, e o fim da convertibilidade do dólar em ouro, na década de 1970.
Em ambas as ocasiões, "registou-se uma queda na posição do dólar norte-americano como moeda de reserva estrangeira". "Mas em nenhuma das ocasiões houve uma moeda alternativa robusta que pudesse assumir o controlo a curto prazo. Na década de 1930, a libra esterlina já estava em declínio, enquanto na década de 1970 o marco alemão e o iene eram apoiados por mercados muito pequenos", argumentou a presidente do BCE, insistindo que este pode ser o momento chave para a afirmação do euro como moeda de reserva.
Christine Lagarde sublinhou que o euro é a segunda moeda global mais usada, representando "cerca de 20% das reservas cambiais, em comparação com 58% no caso do dólar norte-americano".
Aumentar o papel internacional do euro poderá "ter implicações positivas para a Zona Euro", disse. Por um lado, permitiria aos governos e às empresas da UE contrair empréstimos a um custo mais baixo, "ajudando a impulsionar a procura interna numa altura em que a procura externa se está a tornar menos certa". Por outro lado, tornaria a UE menos sujeita às flutuações da taxa de câmbio, já que mais comércio seria feito em euros.
"Isso permitiria à Europa controlar melhor o seu próprio destino, dando-nos algo daquilo a que Valéry Giscard d'Estaing chamou de 'privilégio exorbitante' há 60 anos", enfatizou a presidente do BCE.
Para ajudar a que o euro se torne mais atrativo, Christine Lagarde mencionou ainda que o BCE está a trabalhar num possível euro digital e a procurar iniciativas para "melhorar os pagamentos transfronteiriços em euros, o que poderá potencialmente facilitar as transações internacionais transfronteiriças no futuro".
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