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Liga admite vender parte do capital da empresa que tem os direitos de transmissão
17/06/2025 20:48
O tema dos direitos de transmissão dos jogos da I Liga mantém-se como um dos dossiês mais importantes em cima da mesa da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), agora liderada por Reinaldo Teixeira. A entidade que gere o futebol profissional em Portugal criou em 2021 uma unidade de negócios, a Liga Centralização, para gerir o processo de centralização dos direitos.O objetivo da Liga é que o processo de centralização dos direitos possa estar concluído e a vigorar a partir de 2028, cabendo à Liga Centralização tentar captar interessados nos direitos do desporto-rei português.André Mosqueira do Amaral, antigo banqueiro no UBS e Credit Suisse, foi o nome escolhido em abril para liderar a Liga Centralização.Em entrevista à Bloomberg, o CEO da Liga Centralização diz ver "uma oportunidade única para modernizar a Liga e aumentar o seu peso como um 'player' no entretenimento e media".O antigo banqueiro considera que a sua experiência nos mercados globais e com "transações de grande dimensão" poderão ser um trunfo para levar o processo a bom porto.O objetivo, defende Mosqueira do Amaral, é gerar mais receita para a Liga no seu conjunto e uma distribuição mais equitativa entre os clubes.A questão da centralização dos direitos de transmissão tem sofrido alguns reveses em países como França ou Itália. O acordo da Liga gaulesa com a Dazn tinha, originalmente, um valor anual de 400 milhões de euros, mas foi alterado no mês passado após divergências relativas aos pagamentos e número de assinantes."Estamos à procura de um modelo que maximize o valor dos direitos através de um processo competitivo e transparente no mercado", diz o CEO da Liga Centralização. Contudo, neste momento ainda decorrem as negociações com os clubes, sendo o caso do Benfica um dos mais complexos de solucionar.Em 2021, a EY estimava que a venda centralizada dos direitos poderia quase duplicar o valor a receber pelos clubes de 176 milhões para 325 milhões de euros anuais. No relatório de 2023/2024, contudo, a consultora não avançou com uma estimativa para os direitos.André Mosqueira do Amaral escusou-se a indicar à Bloomberg qual a estimativa da Liga para o valor anual dos direitos de transmissão.O responsável revelou ainda que está a ponderar se "faz sentido" vender uma parte do capital da Liga Centralização numa altura em que vários investidores estrangeiros têm manifestado interesse nos principais clubes nacionais. Em 2021, a Liga espanhola alienou 10% dessa unidade de negócio à CVC Capital Partners por cerca de dois mil milhões. No ano passado, ainda com Pedro Proença como presidente da LPFP, surgiram várias propostas para a compra de participações na Liga Centralização. Uma das propostas, que agrupava o fundo Quadrantis, a 777 Partners, a Apollo e a KPMG, oferecia 500 milhões de euros por 20% do capital da empresa. Já a CVC Partners, em conjunto com a Fortitude, apontava para um valor de 250 a 350 milhões de euros por 25% a 30% da Liga Centralização."Ainda não é claro se há benefício em abrir o capital da empresa", argumentou Mosqueira do Amaral, referindo haver "resultados mistos" nas Ligas que optaram por esta solução.
