Madrid culpa Red Eléctrica e 10 centrais térmicas pelo apagão. Portugal em silêncio
17/06/2025 21:18
Enquanto em Portugal os relatórios sobre o apagão de 28 de abril - já entregues pela REN e pela E-Redes - continuam no "segredo dos deuses" (ou seja, guardados a sete chaves pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos), em Espanha o Governo decidiu avançar e revelou já esta terça-feira as conclusões a que chegou o comité criado pelo Executivo de Pedro Sánchez para analisar as causas do evento. Neste documento, quem fica mal na fotografia é a Red Eléctrica Española (REE), que é acusada de graves erros de gestão. Com a tensão política e as trocas de acusações ao rubro em Espanha, por conta do apagão, a resposta da REE não se fará tardar e para esta quarta-feira às 10h (hora portuguesa) está já marcada a apresentação do relatório que o operador das redes elétricas espanholas elaborou, por seu lado, para rebater o do Governo. Antes disso, a ministra espanhola da Transição Ecológica, Sara Aagesen, viajou para Lisboa e na noite desta terça-feira encontrou-se com a homóloga portuguesa, Maria da Graça Carvalho. Questionados pelo Negócios, os dois ministérios não revelaram que os temas em discussão, mas é difícil que pudessem passar ao lado do mega-apagão ibérico. Quanto aos relatórios do lado português, a ERSE disse ao Negócios que "não divulga os relatórios, já entregues, dos operadores envolvidos neste incidente de escala europeia". O regulador garante que a sua decisão - relativamente à classificação do evento - será pública e devidamente fundamentada. "No entanto, tratando-se de um incidente à escala europeia, a decisão poderá ter de aguardar pelo relatório final da ENTSO-E (Rede Europeia de Operadores de Redes de Transporte de Eletricidade)", que está previsto para ser entregue apenas em setembro de 2026, disse a ERSE numa declaração enviada ao Negócios. Para já, em Espanha, mais de um mês e meio depois (49 dias), o relatório encomendado pelo Governo (que analisou 170 gigabytes de informação e um milhão de dados) afasta a hipótese de um ciberataque e aponta o dedo sobretudo à Red Eléctrica Española, pela má gestão que fez naquele dia, enquanto operadora do sistema nacional. As culpas atribuídas pela governante vão também para um conjunto de 10 centrais térmicas (a gás, carvão ou nuclear, não identificadas pela ministra) que são compensadas financeiramente para prestar serviços ao sistema elétrico, mas que naquele dia falharam na tarefa de ajudar a absorver e controlar as oscilações de tensão nas redes do país. A sua função passava por estarem disponíveis para lidar com eventuais picos de energia, tendo em conta as previsões de procura e oferta previstos para aquele dia. No entanto, quando as oscilações de tensão se verificaram, de facto, as centrais térmicas que deviam estar de "prontidão" não operaram conforme o planeado. "Todas elas sofreram algum grau de não conformidade e não absorveram a sobretensão verificada", disse a ministra Sara Aagesen numa conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, em Madrid, sem revelar as localizações das centrais nem as empresas a que pertencem. No país vizinho, grandes elétricas como a Iberdrola, Endesa, Naturgy e EDP detêm quase todo o parque de geração térmica no país. Questionada pelo Negócios, a EDP não quis fazer comentários sobre o tema. Por seu lado, o CEO da Endesa, José Bogas, revelou que os centros de controlo da elétrica ligaram para a Red Eléctrica "várias vezes" na manhã do dia apagão devido à "enorme tensão" na rede, o que deveria ter levado a operadora a tomar "algum tipo de decisão". O responsável até admite que as centrais térmicas possam ter falhado, mas garante que isso não foi a causa do apagão. Apesar do claro "apontar de dedo", o Executivo espanhol nega que este relatório seja uma espécie de "julgamento" e descartou demissões na liderança de topo da REE neste momento. A governante também deixou claro que não se tratou de um problema de falta de geração elétrica para responder à procura, como chegou a ser avançado. No entanto, admitiu que se verificaram desconexões "indevidas" do lado da produção de energia em várias centrais (cerca de 50) de Granada, Badajoz, Sevilha, Segóvia, Huelva e Cáceres, que "contribuíram para a sobretensão generalizada na rede.Aagesen concluiu assim que a origem do apagão foi "multifatorial": picos de energia, cortes de geração e uma reação em cadeia incontrolável que impediu o controlo da situação. O relatório sublinha, no entanto, uma flutuação "atípica" com frequência maior do que o normal, que causou grandes flutuações de tensão por 4,42 minutos "Com as informações disponíveis, a sua origem pode ser localizada na Península Ibérica e associada a "uma instalação específica e comportamento anómalo", diz o documento.Na próxima semana, o Governo espanhol aprovará novas leis para garantir uma melhor supervisão do sistema elétrico e garantir que um incidente semelhante não se repita. Entre as medidas anunciadas está o fortalecimento da fiscalização e da verificação do cumprimento das obrigações por todos os agentes do sistema; o reforço dos recursos capazes de controlar a tensão, incluindo todas as instalações de geração renovável; a aceleração do planeamento da rede de transmissão; a aposta no armazenamento; e a melhoria das interconexões com França.
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