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Tarifas deixam bancos centrais num limbo
18/06/2025 07:30
As decisões
de política monetária dos bancos centrais são sempre acompanhadas com grande atenção
e os dias que antecedem o anúncio geram muita expectativa. A agenda desta
semana tem estado bastante cheia, no que toca ao tema, com as autoridades
monetárias de seis das dez moedas mais transacionadas em todo o mundo a
manterem-se no radar dos participantes de mercado. O posicionamento
principal dos bancos centrais tem sido o "status quo", numa altura em que a
incerteza gerada pelas tarifas alfandegárias que o Presidente norte-americano,
Donald Trump, decidiu impor aos seus parceiros comerciais deixou muitas decisões
em suspenso, à espera do impacto económico destas medidas - e que, em muitos
dos casos, estão ainda por apurar, já que algumas delas ainda não entraram em
vigor por beneficiarem de uma suspensão de 90 dias para negociações bilaterais.
No que toca
às decisões desta semana, o cenário deve manter-se na quase generalidade das
instituições - só se esperando que na Suíça e Suécia haja pequenos cortes
dos juros. O Banco do Japão, aliás, já se pronunciou nesse sentido, ao
anunciar esta terça-feira que deixava a sua taxa de referência inalterada nos 0,5% -
ao mesmo tempo, revelou um plano para abrandar a sua retirada do mercado
obrigacionista a partir de 2025, sinalizando assim cautela após o aumento da
volatilidade do mercado.Nesta quarta-feira, além da Reserva Federal dos EUA, é
também a vez do Banco Central do Brasil, que deverá deixar os juros inalterados
nos 14,75%, apesar de estarem em máximos de quase duas décadas. E é igualmente
dia de decisão do Banco da Indonésia, que deverá deixar a taxa em 5,5,%,
que foi o patamar onde a colocou em maio ao cortá-la em 25 pontos-base. Já o
banco central da Suécia, o Riksbank, deve reduzir hoje os juros de 2,25% para
2%, segundo as projeções dos economistas inquiridos pela Bloomberg.Segue-se, no dia seguinte, a decisão do Banco de
Inglaterra (BoE). A taxa de referência está nos 4,25%, depois de uma redução de
25 pontos-base em maio, e os mercados apontam para que desta vez o BoE não mexa
nos juros, colocando em agosto o próximo corte potencial - e provavelmente
outro em novembro, mas dependendo dos dados económicos e da trajetória da
inflaçãoQuinta-feira é também dia de decisão do banco central turco,
que se espera que mantenha os juros diretores - depois de ter subido a taxa em 350 pontos-base na reunião de abril, para 46%, num movimento
surpresa que reverteu o ciclo de flexibilização dos juros em que se encontrava.
A decisão impulsionou os ativos turcos, depois de uma grande turbulência de mercado
desencadeada pela detenção do presidente da câmara de Istambul em março.A terminar os anúncios de quinta-feira estará o Swiss
National Bank (SNB), que se espera que diminua os juros de referência para 0% -
o que poderá causar uma grande dor de cabeça aos bancos.
