Fecho dos mercados: BCE, Fed e Trump fazem disparar bolsas e petróleo e afundam juros para mínimos 18/06/2019 17:25:00

Os mercados em números
PSI-20 subiu 1,22% para 5.125,30 pontos
Stoxx 600 avançou 1,67% para 384.78 pontos
S&P 500 valoriza 1,14% para 2.922,52 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal recua 10,8 pontos base para 0,522%
Euro recua 0,24% para 1,1191 dólares
Petróleo sobe 2,31% para 62,35 dólares por barril, em Londres
 
Especulação de descidas de juros e alívio na tensão comercial eleva bolsas
As bolsas europeias registaram subidas superiores a 1%, num dia recheado de boas notícias. Por um lado, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, admitiu implementar mais estímulos à economia e descer o preço do dinheiro para a Zona Euro.
Este contexto elevou a expectativa dos investidores sobre uma possível redução de juros, o que está a animar a negociação bolsista. E isto numa altura em que a especulação sobre uma descida de juros nos EUA é cada vez maior, a um dia de terminar a reunião da Reserva Federal (Fed), onde se espera que sejam dados sinais sobre o futuro da política monetária.
 
Mas as "boas notícias" não se resumem aos bancos centrais. O presidente dos EUA adiantou que as equipas norte-americanas e chinesas já estão em negociações, em antecipação da reunião que irá realizar-se na próxima semana. Donald Trump revelou que teve uma "conversa muito boa ao telefone" com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, e antecipou uma reunião "aprofundada" a ser realizada na próxima semana, durante a cimeira do G-20. 
Este conjunto de questões está a animar os investidores, que estão a elevar as bolsas dos dois lados do Atlântico. O Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, subiu mais de 1,5% e o S&P500 está a apreciar mais de 1%.
 
A bolsa nacional acompanhou a tendência e fechou com um ganho de 1,22%, num dia em que o BCP, a Jerónimo Martins e a Galp Energia apreciaram mais de 2%.
 
Juros caem na Europa. "Yield" portuguesa regista a maior descida num ano
A expectativa de descida de juros na Zona Euro, acompanhada de mais estímulos económicos e o alívio da tensão comercial estão a impulsionar as obrigações soberanas, o que significa que as taxas de juro estão a cair. E as quedas são acentuadas.
 
A taxa de juro implícita na dívida a 10 anos de Itália (um dos países que tem sentido menos o alívio de pressão) está a descer 19 pontos base, a de Espanha cai 13 pontos e a da Alemanha quase oito pontos. Em França a queda ronda os 10 pontos, com os juros a atingirem, pela primeira vez na história os 0%. Os juros da Alemanha e Espanha também estão em mínimos históricos.
 
Portugal está a conseguir sentir os mesmos efeitos, com a "yield" a 10 anos a recuar 10,8 pontos base, o que corresponde à maior queda desde 4 de junho de 2018. A taxa recua para 0,522%, o que representa um novo mínimo histórico.
 
Cenário de descida de juros pesa no euro
A moeda única europeia está em queda, a refletir precisamente a expectativa de descida dos juros na Zona Euro. Com a redução do preço do dinheiro, o retorno dos investimentos em euros diminui, o que torna a moeda única menos atrativa.
 
Petróleo dispara mais de 2%
Os preços do petróleo estão a registar fortes quedas, influenciados pelo contexto de mais estímulos económicos na Zona Euro e nos EUA, mas também pelos sinais dados pelos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados sobre a discussão para novos cortes de produção.
A OPEP e aliados como a Rússia estarão mais perto de acordar uma data para estenderem os cortes de produção, o que está a ajudar à subida dos preços da matéria-prima.
 
O barril do Brent, negociado em Londres e referência para Portugal, está a subir 2,31% para 62,35 dólares. Já o West Texas Intermediate (WTI) avança 3,76% para 53,88 dólares.
 
Ouro sobe à boleia de mais estímulos
A perspetiva de juros mais baixos nos EUA e na Zona Euro torna o investimento em ouro mais atrativo, uma vez que o retorno dos investimentos em moeda desce. O ouro está a subir 0,44% para 1.345,60 dólares por onça, aproximando-se de um máximo de abril de 2018.