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O verão ao sol, os apoios cortados e o crédito em risco
18/05/2021 07:01

Bom dia,

Preparados para o verão? O setor hoteleiro está de olhos postos no regresso dos turistas, na esperança de que o ano de 2021 traga uma recuperação dos milhões perdidos com a pandemia. O momento ainda é de incerteza, mas a hotelaria portuguesa espera que a a retoma se inicie já nos próximos meses. Britânicos, espanhóis e portugueses são a grande esperança dos empresários para as semanas de calor que se avizinham.

E na aviação os sinais começam também a ser positivos. A capacidade aérea estimada para o verão de 2021 já está muito acima da registada no ano passado e aproxima-se a passos largos dos níveis pré-pandemia. As companhias aéreas já sentem um aumento exponencial da procura e, em julho, já existirá uma média de 2690 operações aéreas por semana. O pico será atingido em agosto.

Falando de retoma, o IEFP está a pedir a empresas que devolvam o dinheiro do incentivo à normalização do ano passado. Nalguns casos por não terem formalizado a desistência do mesmo, noutros sem justificação aparente, segundo a bastonária do Ordem dos Contabilistas Certificados. O Governo não quantifica quantas empresas estão a ser confrontadas com o pedido de reembolsos, mas assume estar a analisar o caso.

O banco BCP apresentou resultados dos primeiros três meses de 2021 e o tema incontornável foram as moratórias bancárias. O banco gerido por Miguel Maya tem 700 milhões de euros de crédito em maior risco, mais 60 milhões face ao final do ano passado. O banqueiro desvaloriza o acréscimo e assegura que os clientes estão na ser contactados para se encontrar a melhor solução e evitar a entrada de financiamentos em incumprimento.

E a Core Capital já olha para a o futuro pós-pandemia e, a pensar nas PME, vai lançar um fundo de capitalização, no valor até 100 milhões de euros, para dar resposta às necessidades das empresas. Este é o segundo fundo posto em marcha pela empresa. Pedro Araújo e Sá, um dos fundadores da sociedade de capital de risco, diz que o objetivo é também trazer alguns investidores internacionais a participar no fundo.

Nos mercados voltamos a debruçarmo-nos sobre o Novo Código dos Valores Mobiliários e sobre a proposta de lei do Governo que já chegou à Assembleia da República. O documento reforça a possibilidade de as famílias manterem o controlo das sociedades apesar de abrirem o capital, além de simplificar o acesso ao mercado. E prevê ainda a exclusão do dever de lançamento de uma OPA (oferta pública de aquisição) quando esteja em causa a transmissão de controlo na esfera familiar por uma situação de morte. Do lado dos investidores, é incentivada uma maior participação societária.

Terça-feira é dia de Radar África e esta semana olhamos para os ataques ao líder da UNITA. A pergunta que se coloca é: tem o partido rival do MPLA capacidade de ganhar as eleições que se disputarão no próximo ano? A inquietação no partido do poder parece ser crescente.

Tenha um bom dia e boas leituras.