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Impacto da inteligência artificial comparável com introdução da eletricidade
02/02/2024 16:00

A inteligência artificial (IA) é encarada como um dos maiores desafios que se apresentam na atualidade às empresas e à sociedade em geral. Porém, "vai muito além do ChatGPT", começou por referir Ana Paiva, professora do Departamento de Engenharia Informática do Instituto Superior Técnico, no debate "O impacto da Inteligência Artificial nas empresas. Do estado da arte à arte dos desafios", organizado pela Iniciativa Negócios Sustentabilidade 20|30.

Recordando que a primeira reunião sobre a forma de utilizar algoritmos para reproduzir ações humanas ocorreu no final de 1950, Ana Paiva salientou que a IA tem uma longa história e "já teve muitos invernos", mas democratizou-se efetivamente com a disseminação do ChatGPT. Porém, a IA é algo que já está entranhado em muitos dos serviços tecnológicos que já utilizamos. "Todos nós usamos inteligência artificial. Tudo o que é sistemas de reconhecimento facial vem de algoritmos de IA, o Google vem de algoritmos de IA, os algoritmos das redes sociais são de inteligência artificial, portanto, já está connosco". Porém, o ChatGPT, por se assemelhar a uma interação humana, "foi uma revolução e não uma mera evolução".

Ana Paiva chamou também a atenção para os "dados enviesados" que compõem os sistemas aos quais a inteligência artificial vai beber informação, com grande prevalência de dados dos EUA ou o deficit de línguas menos usadas, por exemplo, dando azo a alguma discriminação logo à partida. "Teremos certamente uma visão diferente daquilo que é na realidade. Países ou línguas como a nossa podem ser pouco representadas", alertou.

Muitas profissões vão ser complementadas com a IA, com aumentos de produtividade enormes. Paulo Dimas
Vice-presidente de Inovação da Unbabel
Paulo Dimas, vice-presidente de Inovação da Unbabel, corroborou que "estamos a assistir a um momento de transformação na história da humanidade comparável à introdução da eletricidade, por ser uma tecnologia tão transversal". E um dos principais impactos é precisamente ao nível dos empregos. A ameaça e o receio de substituição de postos de trabalho surgem sempre que se dissemina uma tecnologia nova e o mesmo está a acontecer com a IA. "É claro que algumas profissões vão ser impactadas a um nível muito grande, mas temos de perceber quais são as profissões de futuro e aquelas que vão ser aumentadas com a IA", sublinhou. Há profissões, como na construção e outras de interação com o mundo físico, por exemplo, que serão pouco impactadas, mas outras serão descontinuadas. "Nós vamos ter no telemarketing robots a terem conversas persuasivas para convencerem as pessoas a comprar algo, por isso, esta profissão vai provavelmente extinguir-se", anuiu. Porém, "muitas profissões vão ser complementadas com a IA, com aumentos de produtividade enormes", nomeadamente nas áreas do direito, marketing, indústrias criativas e até na programação e desenvolvimento de software. "Vamos poupar semanas de trabalho por ano e isso vai ter um impacto muito grande na economia. Poderá haver um impacto de crescimento no PIB nacional de 6%", referiu.

A IA como ferramenta de expansão

A dar voz às indústrias criativas neste debate, Carlos Pimenta, encenador e professor na Universidade Lusófona, não vê também a inteligência artificial como algo demolidor e sim como uma oportunidade. E deu como exemplo a criação da guitarra elétrica a partir da guitarra acústica, que ao ser eletrificada passou a ser tão audível quanto os outros instrumentos num concerto. "Os artistas olharam para isto como algo diferente e a guitarra elétrica tornou-se depois num instrumento criativo absolutamente normal na indústria musical. Hoje em dia o primeiro instrumento que relacionamos com o rock é precisamente a guitarra elétrica." E acrescentou: "Este é um exemplo de uma tecnologia que foi aproveitada criativamente pelos artistas. Por isso, acho que a inteligência artificial vai proporcionar à arte uma nova forma de fazer." Ou seja, "tudo o que é criativo e expanda as nossas capacidades, acho interessante".

Rui Lopes, CEO da AgentifAI, empresa que desenvolve soluções de IA para a banca e para a área da saúde, trouxe ao debate a experiência de um developer de tecnologia. Explicou que a empresa foi a primeira a pôr no mercado mundial uma assistente de voz, denominada Alice, capaz de marcar consultas de forma autónoma. Um exemplo de acessibilidade e inclusão que a IA pode trazer, exemplificou o CEO. "Nós temos pessoas com mais de 80 anos a fazer uma marcação de consulta médica por voz independentemente do seu grau de literacia digital e de contexto. E a qualquer hora."

Assinalando a acessibilidade e a inclusão como vantagens que a inteligência artificial traz, Rui Lopes reconheceu também alguma ameaça a postos de trabalho. "Mas, na verdade, o que vemos é que o maior efeito não é esse, é sim aumentar a capacidade de produtividade. Ou seja, o que se passa é que estas organizações com a falta de recurso que há não conseguem ter um nível de serviço a 100% e muito menos 24/7. Portanto, nós estamos a aumentar o espectro e a produtividade do que se pode fazer em temas relevantes para a nossa vida, como seja na saúde e na banca."

A Europa está atualmente a desenvolver uma regulação precisamente para acautelar as questões de segurança e de utilização da IA, uma vez que "o mundo mudou em novembro de 2022 quando a OpenAI abriu ao público o ChatGPT", começou por referir Fernando Resina da Silva, sócio da VdA. Porém, "isto não vai parar aqui", referindo o blockchain, as criptomoedas e a computação quântica também como tecnologias que se estão a desenvolver e que precisam de regulação para serem controladas.

Destacando que as tecnologias devem ser incorporadas pelas empresas, entre elas a IA, para criar novos produtos, novos serviços, para produzir bens de forma diferente, para interagir com clientes ou antecipar necessidades, o advogado salientou que há regulação a surgir para enquadrar tudo isto. No que diz respeito à IA, a Europa "está a produzir a primeira legislação a nível mundial com grande magnitude e que vem tentar estabelecer regras que permitam ter segurança e centrar nos humanos a utilização da inteligência artificial".

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