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JPMorgan corta preço-alvo da EDP após conhecer contas de 2023
12-03-2024 15:49

Os mais recentes resultados da família EDP penalizaram o "target" atribuído pelo JPMorgan, que acabou por ser revisto em baixa, de 5,60 euros para 4,90 euros, de acordo com a nota de "research" a que o Negócios teve acesso.

O "target" fica abaixo do consenso dos analistas (5,26) euros, mas - ainda assim - implica um potencial de valorização de 22,49% nos próximos 12 meses, face à última cotação de fecho.

"Os resultados mais baixos da EDP Renováveis" justificam parte da revisão em baixa, tanto do "target" como das estimativas do banco de investimento para as contas da EDP – que detém 71,27% do braço das renováveis.

A EDP Renováveis lucrou 309 milhões de euros no ano passado, o que correspondeu a metade do resultado líquido positivo contabilizado em 2022.

Além disso, este "downgrande" reflete ainda "a queda mais rápida e de maior dimensão nos preços da eletricidade na Península Ibérica". O banco de investimento aponta para que estes preços se situem entre os 56,4 euros por MWh e os 57,5 euros por MWh, entre 2026 e 2027.

Apesar desta revisão em baixa, o banco frisa que "continua a ver a EDP como uma proposta de investimento muito barata", assentando a sua decisão numa análise fundamental por modelos de múltiplos e pela "dividend yield" de 5,3%.

EDP ou EDPR? JPMorgan prefere EDP

Na nota, o JPMorgan estima que este ano "ainda deve ser robusto", apontando para um lucro anual de 1,3 mil milhões de euros num cenário de "um ano hídrico médio na Península Ibérica" e para 1,34 mil milhões caso 2024 seja um ano em que a produção hídrica fique 10% acima da média.

O banco de investimento frisa também que "ainda prefere as ações da EDP em detrimento da EDPR". Isto porque as estimativas do banco para o preço das ações da EDP até 2027 "incorporam um desconto demasiado grande para uma carteira que é predominantemente de redes e ativos hídricos e com base em anos em que os preços da energia devem ser incorporados nos rendimentos".

Além disso, "numa perspetiva de curto prazo, a EDP apresenta um impulso de lucros muito mais forte do que a EDPR, devido aos volumes e aos preços", acrescenta.

A recomendação mantém-se em "overweight". Entre as 24 casas de investimento que acompanham o desempenho em bolsa da EDP, a maioria (22) recomenda a compra de títulos e apenas duas a sua manutenção.

As ações da empresa liderada por Miguel Stilwell de Andrade seguem a desvalorizar 1,21% na sessão desta terça-feira, para 3,752 euros, tendo desde o início do ano perdido 17,63% em bolsa.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.