ÚLTIMAS NO NEGÓCIOS.PT

Descarbonização dos setores da cerâmica e do vidro ?dependente de tecnologias inovadoras emergentes?
27/05/2024 10:54

O fabrico de vidro produz anualmente, a nível mundial, cerca de 86 milhões de toneladas de dióxido de carbono. Entre 75% e 85% das emissões de carbono do fabrico de vidro são produzidas pelo aquecimento dos fornos a 1.500°c, atualmente através da utilização de gás natural, segundo dados do Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro (CTCV). Da mesma forma, o setor da cerâmica também utiliza uma elevada intensidade energética, dependendo substancialmente de combustíveis fósseis.

A intensidade carbónica e consequente necessidade de descarbonização destes dois setores coloca metas "que têm vindo a tornar-se cada vez mais exigentes para o horizonte de 2030, 2040 e 2050", refere Vítor Francisco, responsável pela área de Inovação e Desenvolvimento no CTCV, ao Negócios, no âmbito da Lisbon Energy Summit 2024, que se realiza de 27 a 29 de maio, na FIL, em Lisboa.

"Para alcançar essas metas, setores intensivos em energia como estes terão de contribuir com reduções significativas de emissões. Atingir esses cenários irá depender, em grande parte, da implementação das melhores tecnologias disponíveis, mas sobretudo do desenvolvimento de tecnologias inovadoras emergentes que podem não estar disponíveis tão cedo", acrescenta.

Referindo-se concretamente a projetos de hidrogénio verde em toda a União Europeia para promover a descarbonização, Vítor Francisco destaca que existe neste momento "um desfasamento entre quer a maturidade das tecnologias disponíveis para alterar processos que usam essencialmente gás natural, quer a oferta de novas formas de energia em quantidade suficiente para suportar estas indústrias". Na sua perspetiva, "os prazos de desenvolvimento não se coadunam com as metas definidas para projetos em curso no âmbito do PRR, por exemplo, o cumprimento das condições DNSH (sigla em inglês para Não Causar Dano Significativo).

Como irá o hidrogénio verde contribuir para a descarbonização destas indústrias de cerâmica e vidro, devido à elevada intensidade energética decorrente dos processos de alta temperatura e à dependência de combustíveis fósseis, é precisamente um dos temas centrais das conferências do Lisbon Energy Summit.

Ambos os setores já iniciaram a trajetória da descarbonização, na melhoria da eficiência dos processos, adotando de fontes de energia com menores emissões associadas e utilizando matérias-primas alternativas, por exemplo. No entanto, as metas de descarbonização impostas pelas políticas nacionais e europeias "irão implicar a existência de fontes alternativas de energia. Aqui podemos falar do hidrogénio verde, da eletrificação e também de outros gases de origem renovável, como o biometano", explica Vítor Francisco.

O hidrogénio surge como um dos caminhos de maior aposta e com maiores investimentos em curso neste momento, mas coloca diversas questões, "desde logo na capacidade de fornecimento imediato, mas também no impacto no produto final, algo que ainda não está verdadeiramente testado", refere. Nesse âmbito, o CTCV está a estudar para perceber os seus efeitos no âmbito das Agendas Mobilizadoras do PRR, bem como compreender a viabilidade económica desta tecnologia.

No caso da eletrificação, a sua implementação é já viável em alguns subsetores, "mas também implicará no futuro o reforço das redes de fornecimento", explica o responsável.

Para descarbonizar os setores, o responsável pela área de Inovação e Desenvolvimento salienta que é preciso apostar em vários vetores de descarbonização, incluindo na captura de CO2.

 

Para além da maioria das emissões de carbono provenientes do fabrico de vidro serem produzidas pelo aquecimento de fornos, Portugal tem também uma taxa de reciclagem de vidro de 55%, abaixo dos 70% ambicionados para 2025. Assim, a reciclagem de vidro poderá ajudar a resolver dois problemas de uma vez só (reciclagem e emissões). "Iria seguramente contribuir de forma significativa dado que a incorporação de vidro reciclado permite reduzir as temperaturas de cozedura e, com isso, reduzir as emissões. Ou seja, por um lado, iria reduzir o consumo de recursos minerais e por outro permitir uma economia de energia nos processos de fusão", explica. E acrescenta: "Podendo as empresas usar nos seus processos percentagens mais elevadas de vidro reciclado, que não usam porque não existe disponível e as obriga a comprar no exterior, é de facto um campo em que se pode melhorar - exportamos muito vidro e o que temos não o reciclamos como deveríamos".

IMF ? Inflação da Zona Euro acelerou em novembro
02/12/2024 12:30

Moody's piora perspetiva de evolução do rating de Angola de Positivo para Estável
02/12/2024 12:10

Inverter degradação dos solos requer investimento de 2,6 biliões de dólares
02/12/2024 11:53

Dívida pública continuou a descer em outubro. Está nos 269,8 mil milhões
02/12/2024 11:35

WTC Lisboa International Academy by ELITE junta empresas públicas e privadas
02/12/2024 11:27

Lucro da Vista Alegre até setembro cai 27% para 3,7 milhões
02/12/2024 11:11

SwitchH2 e CorPower Ocean vão testar produção de hidrogénio no mar em Portugal com energia das ondas
02/12/2024 11:04

Dono das bolachas belgas oferece 30 empregos aos despedidos da Coindu
02/12/2024 10:55

União Nacional ameaça derrubar executivo francês. Governo não cede a "ultimatos"
02/12/2024 10:27

Inaugurado novo gasoduto Rota Oriental entre Rússia e China
02/12/2024 10:17

Desemprego recua para 6,3% na Zona Euro e 5,9% na UE em outubro
02/12/2024 10:15

China estuda estratégias de Moscovo para reduzir impacto das sanções
02/12/2024 10:09

Biden em Angola para "elevar" liderança dos EUA em África
02/12/2024 09:59

Empresa japonesa DMM Bitcoin anuncia fecho depois de ataque millonário
02/12/2024 09:44

Taxa sobre combustíveis declarada ilegal vale 2 milhões por dia
02/12/2024 09:27

Beneficiários do apoio à renda devem 12 milhões ao Estado por falha do fisco
02/12/2024 08:43

Galp sobe mais de 3% dá gás a Lisboa. PSI soma 0,59% no arranque da sessão
02/12/2024 08:17

5 coisas que precisa de saber para começar o dia
02/12/2024 07:30

Uma saída com estrondo, a lei dos solos e a Conversa Capital
02/12/2024 07:01

Costa espera "espírito aberto e disponibilidade" de líderes da UE para negociar orçamento
01/12/2024 23:30

Ajuda

Pesquisa de títulos

Fale Connosco