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Nunca a dívida dos EUA tinha perdido tanto para as Bunds alemãs
13/04/2025 17:00

Nunca os juros da dívida norte-americana tinham agravado tanto em comparação com a "yield" das Bunds alemãs numa só semana. Este é um dos mais recentes impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos e consequente guerra comercial e mostra o efeito que tiveram num dos ativos considerados mais seguros pelo mercado.

Apesar de ter aumentado a procura por obrigações a meio da semana após os primeiros anúncios de tarifas, o juro das Bunds alemãs a dez anos, de referência para a Europa, terminou os cinco dias de negociação praticamente inalterado: recuou para 2,564% após ter iniciado a semana nos 2,573%. Já no caso das Treasuries norte-americanas houve um agravamento de 50 pontos-base para 4,399%.

Esta é a maior diferença de desempenho entre as duas "yields" de que há registo, ou seja, desde 1989 (o ano da queda do muro de Berlim), de acordo com dados da Bloomberg. O apetite do Presidente dos Estados Unidos por "caos económico", como refere a agência norte-americana, está a levar a que as "Treasuries" negoceiem como ativos de risco e está a forçar os investidores a procurarem refúgio noutros ativos fora do maior mercado de obrigações do mundo.

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A dívida alemã fechou a semana com uma "yield" praticamente inalterada, no meio do tumulto dos mercados. O juro das Treasuries disparou 50 pontos-base. 

Isto mesmo apesar de a dívida alemã ter tido em março um episódio de "stress" ao registar o pior dia desde a queda do Muro de Berlim, em reação ao plano do novo Governo da Alemanha de investir milhares de milhões de euros em defesa e infraestruturas.

A dívida alemã tem surgido assim como um destino preferencial dos investidores, sinalizando mudanças fundamentais no mercado obrigacionista, numa altura em que também as Gilts britânicas têm negociado com elevada volatilidade. E, neste cenário, "o estatuto de ativo-refúgio está a sobrepor-se às preocupações relativamente ao aumento dos gastos orçamentais", escrevem os analistas do HSBC numa nota citada pela Bloomberg. Ven Ram, analista da BI, acrescenta que o histórico controlo financeiro alemão é outro fator positivo.

Ainda a contribuir para a maior procura por Bunds poderá estar o Banco Central Europeu (BCE), já que o mercado tem aumentado as expectativas de um corte de juros por forma a sustentar a economia da região face a um cenário de aumento das importações por parte da China, agora que o mercado norte-americano parece fechado para as empresas do país. O próximo encontro da autoridade monetária acontece esta quinta-feira e, na sexta-feira passada, a presidente Christine Lagarde disse que está "sempre pronta" para, se necessário, atuar para garantir a estabilidade dos preços.

"Quando os mercados estão muito voláteis, com os 'spreads' muito alargados e baixa liquidez nas Treasuries, isso afeta todos os outros mercados de capitais", disse Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, numa "conference call" com analistas na sexta-feira. O líder do gigante de Wall Street considera que a Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos terá de intervir - tal como aconteceu na pandemia -, mas só depois de "ver algum pânico".

As obrigações têm desvalorizado em sintonia com o dólar e com as ações em Wall Street, com os analistas a apontarem para um efeito de desdém pelos ativos norte-americanos. A volatilidade mostra poucos sinais de abrandamento face às preocupações de que a política comercial em rápida evolução do Presidente Donald Trump não só esteja a abalar a economia global, mas também a ameaçar o estatuto dos EUA como o porto seguro do mundo. Em sentido contrário, o ouro apreciou-se mais de 6% na semana passada e atingiu um novo recorde nos 3.244,15 dólares na sexta-feira.

Os investidores mostram assim continuar cautelosos quanto aos efeitos económicos da guerra comercial entre os EUA e a China e ao seu impacto nos mercados financeiros mundiais. O índice Stoxx 600 perdeu 2% na semana, a terceira consecutiva em baixa, mas fechou com uma perda de apenas 0,1% em setores defensivos e com as "utilities" e imobiliário em alta. "Estamos a assistir a uma perda de visibilidade e ainda estamos numa fase de incerteza", disse Olivier Baduel, responsável pelas ações europeias na OFI Invest AM em Paris, acrescentando que "é muito cedo para comprar a queda" até porque está a arrancar a temporada de resultados do primeiro trimestre.

3.244Ouro
No final da semana, os investidores mostraram um renovado apetite por ouro, levando o preço da onça a um novo recorde nos 3.244,15 dólares. 

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