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Grandes supermercados "aguentam-se", mas pequenos temem o amanhã
28/04/2025 20:05
O apagão expôs duas realidades distintas no comércio alimentar: Se, por um lado, a grande distribuição "aguenta-se", com a grande maioria dos supermercados a manter as portas abertas, segundo a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), por outro, pequenos estabelecimentos do ramo fecharam portas e mais do que o hoje temem o amanhã.
"Em geral, o setor alimentar fechou. Estamos a assistir a uma paralisação significativa da atividade dos estabelecimentos de porta aberta", diz o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), que representa mais de 200 mil empresas, parte das quais do comércio alimentar e restauração, apontando que "muitos não têm capacidade" para fazer face aos constrangimentos relacionadas com a falha de energia elétrica.
Esses constrangimentos prendem-se, desde logo, com a operação em loja, como um todo. Como explicaram ao Negócios, funcionários de um supermercado que encerrou por volta da hora do almoço, os geradores estavam ligados para garantir as câmaras de refrigeração, mas a falta de eletricidade condicionava ou inviabilizava outras funções como os sistemas de caixa. Grande parte não consegue faturar", atesta João Vieira Lopes.
Ao Negócios, o líder da CCP diz que o principal receio prende-se com o tempo que irá levar a repor a energia elétrica, já que pode redundar num "problema complicado", à medida que os geradores esgotarem a capacidade de garantir o frio de que os alimentos precisam. "Correm-se grandes riscos de prejuízos significativos devido a este fenómeno inédito", adverte.
Corrida às velas e aos enlatados
A APED, que representa 220 empresas, das quais 60 do retalho alimentar, diz estar a "monitorizar em permanência" uma situação que descreve como "excecional" e que "requer cautela e ponderação". Num comunicado, divulgado ao início da tarde de segunda-feira, referiu que "para preservar a segurança de trabalhadores e clientes e também, no caso dos supermercados, a segurança alimentar, algumas lojas estão a ser encerradas", embora sem detalhar quantas.
Ao Negócios, horas depois, o diretor-geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier, dava conta de que "a grande maioria" dos supermercados estava a funcionar, indicando que "os geradores aguentam e podem ser repostos" e que "os sistemas de pagamento funcionavam 'offline'".
"Estamos a aguentar. Demos uma boa resposta a este acontecimento", sublinhou, dando conta de uma corrida a compras de produtos como velas e enlatados.
