Cotadas do PSI dão 2,9 mil milhões a acionistas. Dividendos sobem mesmo com lucros em queda
20/03/2025 23:30
Mesmo com os lucros do ano passado das 13 cotadas do PSI a reduzirem-se em 27,5%, a remuneração acionista vai aumentar em quase 8% face ao ano passado, de acordo com os cálculos do Negócios, que têm por base os relatórios e contas e comunicados ao mercado das empresas. As empresas do principal índice nacional que já anunciaram as suas políticas de dividendos (as exceções são a Ibersol e a Altri) propõem-se a pagar 2,86 mil milhões de euros, dando continuação à tendência de subida que se tem vindo a registar desde 2021.
Este é um sinal de "resiliência" por parte das cotadas portuguesas, atira Carlos Pinto, gestor sénior de investimentos da Optimize Investment Partners, que classifica o mercado português como "muito sensível à remuneração acionista e que tem, por isso, vindo a preservar o dividendo". Olhando para o grupo de empresas, apenas uma (a Jerónimo Martins) vai descer o dividendo, enquanto a Semapa e os CTT não fazem alterações e mantêm os respetivos dividendos em 62,6 e 17 cêntimos. As restantes 10 vão aumentar a remuneração acionista.
A maior "dividend yield" pertence à Nos – uma das empresas mais elogiadas pelos analistas nesta época de resultados – o que "sinaliza confiança no seu balanço e no seu negócio, que enfrenta a entrada de um novo competidor", a Digi, salienta ao Negócios David Afonso, gestor do IMGA Ações Portugal. Além do pagamento de 35 cêntimos, à semelhança do que aconteceu em 2023, a operadora de telecomunicações pretende pagar um dividendo extraordinário de cinco cêntimos, que se explica por "ganhos extraordinários superiores a 38 milhões de euros originados por decisões judiciais". A Nos mantém-se assim, pelo quarto ano consecutivo como a cotada com maior rendibilidade de dividendos por ação do PSI, ligeiramente inferior aos 10% registados no ano passado.
A segunda maior "dividend yield" vem de uma cotada que João Queiroz, "head of trading" do Banco Carregosa, classifica como "muito interessante" relativamente à rival Altri, em termos de "price to earnings", a Navigator. Além do dividendo de 21 cêntimos, a empresa pagou já 14 cêntimos de adiantamentos sobre lucros, o que eleva a remuneração acionista a quase 175 milhões de euros. Este valor fica, no entanto, longe dos 200 milhões pagos relativamente aos lucros de 2023.
Com lucros recorde, a Mota-Engil e o BCP vão aumentar a remuneração acionista. A construtora pretende pagar quase 15 cêntimos por ação, com uma "dividend yield" superior a 4%. Já o banco que paga um dividendo pelo quinto ano consecutivo, entra no restrito clube de cotadas, onde também está a EDP, a Sonae e a REN, com uma "dividend" yield acima de 5%. Além disso, prevê distribuir aos acionistas quase três quartos do resultado recorde de 906 milhões de euros, sendo que metade será em forma de dividendos e os restantes 22% através de um programa de recompra de ações próprias. O banco voltou a pagar dividendos em 2019, depois de 10 anos sem o fazer, mas interrompeu a atribuição dessa remuneração em 2020 e 2021. Também a Galp vai avançar com um aumento do dividendo e um programa de recompra de ações, que ascende aos 250 milhões de euros, um valor inferior ao registado no ano anterior. No entanto, o dividendo sobe oito cêntimos.
À semelhança do que aconteceu em outros anos a REN vai propor um dividendo pago em duas tranches, ainda assim a energética aumenta ligeiramente a remuneração acionista. Parte da explicação poderá vir "da perspetiva de reversão, ainda que parcial do pagamento da CESE [Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético]", avança David Afonso, acrescentando que esta "surpresa" abre "novas perspetivas para um título que se mostrava condicionado pela elevada conta fiscal que habitualmente exibia".
No retalho, apesar da descida dos lucros, a Sonae não arreda pé da tradição de aumento da remuneração acionista e vai distribuir quase 120 milhões de euros. A única cotada do PSI a reduzir o dividendo que pretende distribuir é a Jerónimo Martins, muito à custa de uma queda superior a 20% nos lucros. Ainda assim, a retalhista mantém o "payout" (proporção dos lucros que é canalizada para dividendos) em torno de 50% do resultado líquido. Uma decisão que permite à dona do Pingo Doce "preservar total flexibilidade para continuar a investir de acordo com os seus planos de expansão e aproveitar potenciais oportunidades de crescimento não orgânico", como refere no documento de apresentação de resultados.
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