"Short-sellers" sobrevoam Lisboa. Energia e construção lideram no pessimismo
21/05/2025 07:00
As apostas na queda de ações da bolsa de Lisboa estão a ser reforçadas desde o início do mês e a energia e construção são as mais afetadas. A REN, as duas cotadas do grupo EDP, bem como a Galp e a Mota-Engil, sofreram aumentos das posições a descoberto (também conhecidas como posições curtas) que pretendem tirar partido da queda das ações (o "short-selling").
Um dos fundos ativistas mais reconhecidos do mundo está a circundar novamente a bolsa de Lisboa. O "hedge fund" Elliott Management, liderado por Paul Elliott Singer, de 80 anos, é especializado em comprar dívida de países ou empresas em dificuldades para depois vender com lucro ou exigir em tribunal a totalidade do que lhe é devido (em casos de falência ou reestruturação). É esta estratégia que justifica a denominação de "fundo-abutre". Gere cerca de 70 mil milhões de dólares em ativos e é um dos investidores mais influentes de Wall Street.
É famoso por conseguir levar avante mudanças na estratégia das empresas e alterações no conselho de administração, não sendo um desconhecido em Portugal. Em 2018, poucos meses depois de a China Three Gorges (CTG) ter lançado uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a EDP, o fundo Elliott comprou uma participação de quase 3% do capital da elétrica então liderada por António Mexia. O dia, em fevereiro de 2019, em que os acionistas se mostraram contra a operação foi também aquele em que as ações da EDP voltaram, pela primeira vez em quatro meses, a cotar acima do preço da OPA. A operação acabaria mesmo por cair.
Antes disso tinha apostado na queda das ações do BES e pouco antes da resolução investiu em dívida do banco através de um veículo de investimento montado pelo Goldman Sachs, a Oak Finance. No verão "quente" de 2014, em que era noticiado o investimento de 900 milhões de euros da PT em papel comercial da Rioforte, o fundo de Paul Singer apostou na queda das ações da operadora, com uma posição curta de 1,73%.
O Elliott Management volta agora a fazer uma investida: abriu uma posição a descoberto na Galp a 9 de maio e, desde então, já a reforçou duas vezes (a última foi na segunda-feira) para os atuais 0,7% do capital. A petrolífera coliderada por Maria João Carioca e João Diogo Silva tem sido penalizada em bolsa pela desvalorização do preço do petróleo e é atualmente a cotada que mais cai no acumulado do ano: perde 12,07%.
A petrolífera juntou-se assim ao grupo de seis cotadas do PSI que têm posições a descoberto. E a energia é o setor mais representado: a EDP viu na sexta-feira passada a Citadel Advisors Europe reforçar a aposta para 0,61% do capital, enquanto a Kintbury Capital subiu, a 8 de maio, a participação na EDP Renováveis para 0,71%. No dia seguinte, a Arrowstreet Capital diminuiu a aposta contra a REN, mantendo-se, contudo, nos 0,58% do capital.
Apesar disso, a EDP e a REN estão acima da linha de água, ao valorizarem 13,62% e 26,54%, respetivamente, desde o início do ano. Em sentido contrário, a EDP Renováveis tomba 7,82%. Aliás, a EDP Renováveis e a Galp são as duas únicas cotadas do PSI no vermelho em 2025. O índice valoriza 15,67%, com a Mota-Engil a liderar: já soma 63,7%.
A forte subida da construtora contraria a perspetiva dos fundos especuladores. Em setembro do ano passado, os famosos "short-sellers" Muddy Waters abriram uma posição a descoberto no capital da empresa, que desde então ajustaram até aos atuais 0,57%. Mais recentemente, a 15 de maio, juntaram-se os norte-americanos da Numeric Investors, com uma participação de 0,6%.
Além destas, também o Discerene Group tem uma posição a descoberto de 0,69% no capital da Nos, que mantém desde junho do ano passado. Por outro lado, o BCP - uma das cotadas que costumava ser das preferidas dos "short-sellers" - não tem atualmente posições a descoberto.
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